Brasileiros que “venderam” íris relatam problemas com app: “Perdi a conta e o dinheiro”

Brasileiros que escanearam a íris em troca de dinheiro enfrentam dificuldades para acessar o aplicativo ‘World App’ e recuperar os valores prometidos. O projeto, que utiliza a biometria ocular para criar identificações digitais únicas, tem sido alvo de reclamações devido a falhas na plataforma e à falta de suporte. “Tentei várias vezes pelo chat do app e não tive resposta. Quando fui até a loja, disseram que eu poderia ter sido banida, mas não explicaram o motivo. Perdi a conta e o dinheiro”, afirmou Vivian Caramaschi, de 48 anos.

O pagamento é feito por meio de criptomoedas chamadas ‘Worldcoin’, sendo 20 liberadas após 24 horas do escaneamento e outras 28 distribuídas ao longo de um ano. No entanto, usuários relatam que não conseguem acessar os valores. Marilis Casco Morales, de 24 anos, disse que deveria ter recebido R$ 296,81, mas não consegue entrar no aplicativo. “Tentei reinstalar, mas agora minha senha não funciona”, contou.

A empresa responsável, ‘Tools for Humanity’, não oferece suporte presencial, direcionando os usuários ao chat do aplicativo, que muitas vezes não responde. Além disso, a plataforma mistura idiomas como inglês e espanhol, dificultando a navegação. Advogados afirmam que essa falta de transparência viola os direitos do consumidor e que os usuários podem entrar com ações na Justiça para questionar os termos do contrato.

A advogada Patrícia Peck alertou que a remoção do aplicativo pode resultar na perda definitiva da conta, caso o usuário não tenha feito backup. “Excluir e reinstalar pode fazer com que a conta seja perdida para sempre, se não houver os recursos adequados de restauração”, informa a ‘World’ em sua central de ajuda. A empresa não explica o motivo dessa restrição.

Outro problema relatado é a variação no valor pago. Cristiano Barbosa, de 52 anos, esperava receber cerca de R$ 300 mensais, mas ao acessar sua conta encontrou apenas R$ 24,77. “Me disseram que o valor iria depender da variação das moedas, mas não explicaram isso no começo”, disse.

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