Bolsonaro rebate Lula após críticas sobre denúncia: “Está nas cordas”

Jair Bolsonaro, presidente da República (REUTERS/Ueslei Marcelino)

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) respondeu, nesta quinta-feira (20), às declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) por suposta tentativa de golpe de Estado.

Em entrevista à Rádio Tupi (RJ), Lula ironizou o fato de Bolsonaro e seus aliados estarem defendendo a anistia antes mesmo do julgamento.

“Essas pessoas estão se condenando sozinhas ao pedir anistia antes de serem julgadas. O cidadão deveria estar dizendo: ‘Sou inocente’. Mas ele está dizendo: ‘Gente, sou culpado. Tentei bolar um plano para matar o Lula, o Alckmin, o Alexandre de Moraes, mas não deu certo porque tive diarreia no dia e fugi para os Estados Unidos antecipadamente’. Então, por favor, me perdoe antes de ser condenado”, disse o petista.

Em resposta, Bolsonaro sugeriu que a denúncia tem motivação política e visa desviar a atenção de problemas do governo Lula.

“Todas as vezes que Lula está nas cordas (sem picanha, sem cervejinha, sem chicória, sem café, sem ovos, monitoramento do Pix, escândalos com ministros, gastos estratosféricos sem responsabilidade e o povo pagando aumentos exorbitantes de impostos sem o mínimo retorno), coincidentemente, muitas coisas acontecem, sempre mirando o outro lado!”, escreveu Bolsonaro em suas redes sociais.

Articulação por anistia

Após a denúncia da PGR, o ex-presidente intensificou negociações com líderes do Centrão para tentar aprovar o projeto de anistia, que pode beneficiar os envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023.

O Projeto de Lei da Anistia visa conceder perdão a investigados pelos ataques às sedes dos Três Poderes. Bolsonaro e aliados avaliam que, se o projeto avançar, haverá respaldo para questionar sua inelegibilidade, imposta pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até 2030.

Nos bastidores, Bolsonaro autorizou deputados do PL a pressionarem o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para acelerar a tramitação da proposta. O texto está parado à espera da instalação de uma comissão especial, que depende da indicação de membros por Motta.

Para Bolsonaro, a anistia deve ser tratada como uma questão “humanitária”, enquanto seus adversários políticos veem a movimentação como uma tentativa de minimizar as consequências da denúncia e proteger investigados.

Denúncia da PGR

Na última terça-feira (18), Bolsonaro e mais 33 pessoas foram denunciados pela PGR sob a acusação de participação em uma trama golpista para impedir a posse de Lula.

O ex-presidente é acusado dos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União, com considerável prejuízo para a vítima e deterioração de patrimônio tombado.

A defesa de Bolsonaro classificou a denúncia como “inepta” e “fantasiosa”, argumentando que a acusação se baseia apenas na delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente.

Agora, o Supremo Tribunal Federal (STF) analisará o caso e decidirá se aceita a denúncia, tornando Bolsonaro e os demais investigados réus. Se o processo avançar, os envolvidos responderão formalmente às acusações, e a fase de produção de provas será iniciada.

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