Reforma ministerial: Nísia é a 8ª troca de Lula; relembre outras mudanças

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em reunião com ministros e empresários no Palácio do Planalto (Foto: Claudio Kbene / PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou, nesta terça-feira (25), a demissão da ministra da Saúde, Nísia Trindade. Para o seu lugar, será nomeado Alexandre Padilha, atual ministro das Relações Institucionais e ex-titular da Saúde durante o governo Dilma Rousseff.

A mudança ocorre em meio a pressões internas para que a pasta tenha um perfil mais político e seja mais eficaz na entrega de projetos prioritários para o governo. Com a troca, Lula completa sua oitava reformulação ministerial desde o início do mandato.

A saída de Nísia também marca a terceira substituição de uma mulher por um homem no primeiro escalão, contrariando o compromisso de campanha do presidente de ampliar a participação feminina na Esplanada.

A expectativa é que José Guimarães (PT-CE), atual líder do governo na Câmara, assuma o comando da articulação política no lugar de Padilha. Considerado um nome de bom trânsito no Congresso, ele deve reforçar as negociações para a aprovação de pautas estratégicas antes das eleições de 2026.

Além dessa mudança, uma reforma ministerial mais ampla é aguardada para depois do Carnaval.

Outras trocas no primeiro escalão

A substituição de Nísia Trindade é mais um capítulo da série de mudanças promovidas por Lula no governo. Confira as alterações já realizadas:

  • Paulo Pimenta: Deixou a Secretaria de Comunicação Social da Presidência em janeiro, sendo substituído pelo publicitário Sidônio Palmeira. A mudança foi feita visando modernizar a comunicação do governo e ampliar seu alcance digital.
  • Silvio Almeida: Demitido do Ministério dos Direitos Humanos em setembro de 2024 após acusações de assédio sexual. O inquérito segue em andamento, e o ex-ministro nega as acusações. Ele foi substituído por Macaé Evaristo (PT).
  • Flávio Dino: Deixou o Ministério da Justiça em fevereiro de 2024 para assumir uma cadeira no Supremo Tribunal Federal. Foi substituído por Ricardo Lewandowski, ex-ministro do STF.
  • Daniela Carneiro: Perdeu o comando do Ministério do Turismo em junho de 2023 após pressões do União Brasil, partido que a indicou, mas do qual se desfiliou. Foi substituída por Celso Sabino, nome ligado ao Centrão e apoiado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira.
  • Márcio França: Removido do Ministério de Portos e Aeroportos em uma estratégia para atrair o Republicanos para a base do governo. Seu cargo foi ocupado por Silvio Costa Filho, e França passou a chefiar a recém-criada pasta da Pequena e Média Empresa.
  • Ana Moser: A ex-atleta perdeu o Ministério do Esporte em setembro de 2023, sendo substituída pelo deputado André Fufuca (PP-MA), em uma concessão ao Centrão.
  • Gonçalves Dias: O então chefe do Gabinete de Segurança Institucional foi demitido em abril de 2023 após a divulgação de imagens que o mostravam no Palácio do Planalto durante os atos golpistas de 8 de Janeiro. Marcos Antônio Amaro dos Santos assumiu o cargo.

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