Caso Vitória: perícia encontra pistas em carro que podem comprometer suspeito preso; entenda

A Polícia Civil segue investigando a morte da adolescente Vitória Regina de Sousa, de 17 anos, que passou alguns dias desaparecida e foi achada sem vida, com marcas de violência, em Cajamar, na Grande São Paulo. Uma perícia realizada em um Toyota Corolla identificou a presença de manchas de sangue e o material passa por análises. O veículo pertence a Maicol Antonio Sales dos Santos, de 27 anos, que é o único suspeito preso até agora.

“O Corolla de Maicol tinha sangue no porta-malas. Tudo leva a crer que possa ser da vítima. Foi encaminhado para um laboratório de DNA. É um processo demorado. É necessário fazer um refinamento. O sangue acaba se misturando com algumas propriedades que estão no local. Entre 30 e 40 dias o laudo estará pronto”, explicou o delegado Luiz Carlos do Carmo, do Departamento de Polícia da Macro São Paulo (Demacro), na tarde de segunda-feira (10).

O investigador ressaltou que todos os indícios apontam para o fato de que Maicol estava no local onde Vitória desapareceu. “Além disso, ficou comprovada a mentira dele. Ele disse que havia dormido com a esposa. A mulher fala que dormiu na casa da mãe no dia. Vizinhos à residência dele também comentaram que houve uma movimentação anormal naquela noite, com gritos. Vários vizinhos deram esse depoimento”, ressaltou.

Maicol teve a prisão temporária decretada no sábado (8) e, no domingo (9), passou por audiência de custódia, quando permaneceu na cadeia. A Justiça também destacou que as divergências entre e depoimento dele e da esposa motivaram a prisão.

“Não há um único caminho investigativo que não aponte o envolvimento de Maicol com os fatos investigados”, escreveu juíza Juliana Junqueira ao decretar a prisão temporária do suspeito.

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Além do homem preso, a polícia chegou a pedir a prisão de Daniel Lucas Pereira, que fez várias gravações do trajeto que a garota fazia antes de desaparecer, mas a Justiça negou.

“O celular dele está sendo encaminhado para perícia, mas já visualizamos que nele tem imagens gravadas no caminho entre o ponto de ônibus até a residência da vítima”, afirmou o delegado.

Daniel confessou que fotografou o Corolla, que foi visto no local onde a garota desapareceu, mas negou qualquer envolvimento no crime.

As defesas dos dois suspeitos não foram encontradas para comentar o assunto até a publicação desta reportagem.

Na segunda-feira (10), passou a circular a informação de que Carlos Alberto de Souza, pai da jovem, havia sido incluído na lista de suspeitos. A polícia destacou que isso realmente aconteceu, mas a investigação já descartou qualquer envolvimento do genitor no caso.

Morta com crueldade

Vitória foi vista pela última vez no dia 26 de fevereiro. O pai da jovem sempre a buscava de carro no trabalho, mas naquela data o veículo estava em uma oficina e ela teve que voltar de ônibus. Logo que saiu do serviço, Vitória mandou uma mensagem por WhatsApp para uma amiga, quando disse que estava sendo perseguida por dois homens e que estava com medo.

A garota contou que, ao chegar no ponto de ônibus, um dos suspeitos entrou no mesmo coletivo que ela. Foi quando a amiga disse que poderia ser que ele também estivesse indo para casa ou, quem sabe, estivesse mesmo a perseguindo: “Espero que não”, respondeu a adolescente, que sumiu após embarcar no coletivo.

O corpo dela foi achado após uma semana do desaparecimento, com várias marcas de violência. Peritos da Superintendência da Polícia Técnico Científica (SPTC) do estado de São Paulo divulgaram uma série de detalhes sobre os ferimentos que levaram à morte da adolescente.

Conforme a perícia, a garota foi ferida com ao menos três facadas e seu corpo carregava sinais diversos de tortura. Os cortes foram identificados na região do tórax, rosto e pescoço.

Além disso, o corpo da adolescente estava completamente sem roupas e com os cabelos raspados. As condições do corpo da jovem fazem com que as autoridades trabalhem com a hipótese de que o crime tenha motivação por ciúmes ou vingança.

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