“Sacolas Plásticas: como usar de forma sustentável” é tema de curso da prefeitura de Balneário Camboriú

De acordo com dados divulgados pelo Ministério do Meio Ambiente, cerca de 1,5 milhão de sacolas plásticas são distribuídas por hora no Brasil.

Com o objetivo de apresentar práticas mais sustentáveis, a Escola de Gestão Permanente (Egepe) da prefeitura de Balneário Camboriú, disponibilizou aos servidores um curso com o tema ‘Sacolas Plásticas: como usar de forma sustentável’.

A iniciativa resultou de um Termo de Cooperação Técnica firmado entre o município, Associação Catarinense de Supermercados (ACATS), Câmara de Vereadores e Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL).

As aulas on-line são ministradas pelo administrador de empresas, gestor de projetos socioambientais, diretor da MSI Treinamentos, professor, consultor e palestrante, Ivam Michaltchu.

Acats oferece curso gratuito sobre “Sacolas Plásticas: como usar de forma sustentável” (Divulgação/ACATS)

Serão sete aulas com os temas de apresentação do curso; pilares da sustentabilidade; recursos naturais renováveis e não renováveis; para onde vão os resíduos que geramos; destinação correta dos resíduos sólidos; embalagens: fazendo escolhas sustentáveis; e sacolas: alternativas mais sustentáveis.

Os alunos têm a oportunidade de aprender sobre a importância de adotar atitudes sustentáveis no uso das sacolas plásticas, visando a redução da geração de resíduos e a preservação do meio ambiente.

Após a conclusão do curso, o servidor recebe um certificado de participação, que, para o caso de efetivos, pode ser usado no pleito da progressão horizontal.

O curso ficará disponível até 31 de dezembro de 2025.

Como participar

Os servidores públicos municipais podem se inscrever através do link.

Para a comunidade em geral, o curso é ofertado através da plataforma da ACATS, que pode ser acessado no link: clique aqui.

Iniciativas que deram certo

Melhor do que encontrar alternativas mais sustentáveis para o uso de sacolas plásticas, seria acabar com elas. Mais de 500 bilhões delas são distribuídas no mundo todo ano e no Brasil são entregues cerca de 35 mil por minuto de um produto que demora mais de 400 anos para se decompor.

Em Balneário Camboriú esta realidade não é diferente, mas algumas iniciativas sinalizam que mudanças são possíveis.

A reportagem apresenta o exemplo de duas empresas tradicionais da cidade.

Tuti´s Pão

(Divulgação)

A Tuti´s Pão, a panificadora mais antiga da praia, parou de entregar sacolas de plástico há seis anos. Na época eram distribuídas cerca de 800 a mil sacolas por dia (fora da temporada).

A fundadora da empresa, Carmen Wegner, disse que trocaram por sacolas de pano, que nunca voltavam para as compras.

“Quando paramos com as sacolas plásticas, distribuímos sacolas de pano, mas ninguém voltava com elas para comprar pão. Paramos a distribuição, hoje vendemos as de pano e colocamos as compras em sacos de papel”, comentou.

Carmen lamenta que o processo ‘de troca’ ainda é muito lento no Brasil, talvez porque falta mais divulgação sobre esse tema que é muito sério.

“Há 40 anos quando fui para Suécia com meu marido Edgar (in memoriam) já tínhamos que levar sacolas de pano ou outro material que não fosse plástico para fazer compras. Na Suíça não pagam taxa de lixo como aqui, mas tem que comprar da empresa responsável sacolas de papel impermeável, tipo TNT, de várias cores (cada tipo de lixo, uma cor diferente). Se não tiver a sacola, não levam o lixo”, contou Carmen.


Armazém do Colono

(Divulgação)

Alini Faqueti, gestora do Armazém do Colono, disse que nos últimos quatro anos a empresa deixou de distribuir mais 30 mil sacolinhas plásticas, média de 650 sacolas por mês. Desde então, passou a distribuir sacos de papel ou oferece caixas de papelão.

“Acreditamos que pequenas e contínuas ações podem mudar o mundo. Paramos a distribuição de sacolas plásticas oficialmente em fevereiro de 2021. Iniciamos um processo de conscientização com os clientes alguns meses antes e seguimos firmes desde então. Essa ação faz parte do nosso projeto de sustentabilidade para que possamos honrar com a nossa missão de “Promover alimentação saudável e adequada, priorizando a qualidade de vida de todos seres, com responsabilidade ambiental, cultural e social”, disse.
No entanto, nas vendas a granel, a empresa segue utilizando saquinhos plásticos para alguns produtos.

“Muitas vezes somos questionados sobre a utilização de sacos plásticos para os produtos vendidos a granel, afinal tiraram a sacolinha mas mantém os saquinhos? Sim. Apesar do nosso desejo e de inúmeros testes e pesquisas, ainda não conseguimos encontrar um substituto economicamente viável para os saquinhos plásticos”, explicou Alini.

Ela disse que tem três tamanhos de embalagens de papel para produtos secos e leves como os chás e os temperos. Mas para produtos com maior teor de umidade ou de gordura, como as frutas desidratadas e as oleaginosas, o papel não é tão eficiente.

“Temos diversos clientes que pedem para que todos os itens de sua compra sejam colocados em saquinhos de papel, pois logo vão transferi-los para outros recipientes. No entanto a grande maioria ainda prefere os saquinhos plásticos pois eles não “melam” e mantém as “nuts” crocantes por mais tempo”, detalhou a gestora.

Como uma alternativa para reduzir os danos do plástico, a empresa disponibiliza dois tamanhos de sacos biodegradáveis, que se decompõe mais rapidamente do que o plástico comum.

“Sabemos onde estamos e aonde queremos chegar. E mais do que isso, acreditamos que os nossos clientes compartilham dos nossos ideais e que juntos seguiremos encontrando soluções para minimizar os danos causados ao meio ambiente”, resumiu.

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