Especialistas temem que Trump traga de volta o lado sombrio da história neste novo mandato

Donald Trump, presidente dos EUA, iniciou uma “guerra tarifária” pelo mundo. Foto: Julia Demaree Nikhinson/Reuters

Esse novo mandato de Donald Trump nos Estados Unidos está reacendendo preocupações entre historiadores sobre a fragilidade das democracias e a escalada de tensões internacionais.

O impacto de suas políticas, especialmente sua pressão para que a Ucrânia negocie a paz com a Rússia, levanta alertas sobre um cenário semelhante ao da década de 1930, quando potências mundiais falharam em conter regimes autoritários.

“Mais uma vez olhamos para os anos 30 porque foi um momento crucial em que as democracias foram testadas e não conseguiram impedir a ascensão de ditaduras”, afirmou John Connelly, historiador da Universidade de Berkeley, em entrevista à AFP.

Para especialistas, a postura nacionalista extrema de Trump e sua retórica populista reforçam temores de um enfraquecimento das instituições democráticas nos Estados Unidos e no mundo.

O historiador Daniel J. Mahoney, no entanto, critica comparações diretas entre Trump e regimes totalitários do passado.

“A esquerda trivializa o totalitarismo real”, opina.

Ainda assim, o republicano já foi acusado de flertar com símbolos históricos controversos, como no comício realizado em outubro de 2024 no Madison Square Garden, o mesmo local onde simpatizantes nazistas promoveram um evento em 1939.

A vitória de Trump na eleição foi marcada por uma ampla coalizão de eleitores brancos, hispânicos, afro-americanos e asiáticos, a maior já registrada para um candidato republicano em décadas.

Para Robert Paxton, renomado historiador americano, sua ascensão “está fervendo de maneiras muito preocupantes e é muito semelhante aos fascismos originais”.

Ex-presidente Nixon. Foto: Wikimedia Commons

Outros analistas, como Niall Ferguson, veem em Trump mais um reflexo de Richard Nixon do que de figuras autoritárias do século XX.

Segundo ele, a disposição de Trump em negociar com potências adversárias lembra a estratégia de Nixon ao se aproximar da China para enfraquecer a União Soviética na década de 1970. “Parabéns, Donald Trump: você é oficialmente a vingança de Richard Nixon”, escreveu Ferguson no New York Post.

Para JD Vance, vice-presidente dos EUA, a maior ameaça ao Ocidente não está em países como Rússia ou China, mas dentro da própria Europa.

“O que me preocupa é a ameaça interna. O retrocesso da Europa em alguns de seus valores mais fundamentais: valores compartilhados com os Estados Unidos da América”, declarou ele durante a conferência de segurança de Munique em fevereiro, acirrando ainda mais o debate sobre o futuro das democracias.

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