
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, pediu aos Estados Unidos a suspensão imediata dos ataques contra o grupo rebelde Houthis, no Iêmen. O apelo ocorreu durante uma conversa telefônica neste domingo (16) com o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio.
Lavrov destacou a importância de um diálogo entre todas as partes envolvidas para evitar mais “derramamento de sangue”. Os Houthis são aliados do Irã, que, por sua vez, mantém relações estreitas com a Rússia. Nos últimos dias, Moscou e Washington intensificaram negociações sobre um possível acordo de cessar-fogo na guerra da Ucrânia.
A conversa entre Lavrov e Rubio ocorreu após uma operação militar de larga escala determinada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, no sábado (15). Militares americanos bombardearam alvos dos Houthis, resultando em pelo menos 31 mortes e 101 feridos, segundo a agência Reuters.
O gabinete político dos Houthis acusou os EUA de cometerem “crimes de guerra” e afirmou que responderia à “escalada com escalada”, sugerindo uma intensificação do conflito.
Segundo fontes da Reuters, a ofensiva americana pode durar dias ou semanas. A ação foi motivada pelo anúncio dos Houthis de retomarem ataques contra navios israelenses, que haviam sido interrompidos após o cessar-fogo na Faixa de Gaza.

Em uma rede social, Trump declarou que os Houthis conduzem “uma campanha implacável de pirataria, violência e terrorismo contra a América e seus navios, aeronaves e drones”.
Ele ainda alertou: “O ataque Houthi a embarcações americanas não será tolerado. Usaremos força letal esmagadora até atingirmos nosso objetivo. Se os ataques continuarem, o inferno vai cair sobre vocês como nada que vocês já viram antes”.
Os Houthis pertencem ao chamado “Eixo de Resistência”, uma rede de organizações ligadas ao Irã e hostis a Israel. O grupo inclui o Hezbollah libanês, o Hamas e facções sírias que apoiavam o regime de Bashar al-Assad.
O grupo rebelde surgiu em 1990, no norte do Iêmen, para combater o governo de Ali Abdullah Saleh. Seus primeiros integrantes eram muçulmanos xiitas zaiditas, liderados por Houssein al Houthi. Os Houthis ganharam força após a invasão americana ao Iraque em 2003.
Desde novembro de 2023, os Houthis realizaram mais de 100 ataques a navios na região do Mar Vermelho. Eles alegam que essas ações são em solidariedade aos palestinos na guerra entre Israel e Hamas em Gaza.
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