Jornalistas da Globo pagam mico ao serem obrigados a “cobrir” estreia de “Vale Tudo”

Júlia Duailibi e Octávio Guedes da GloboNews com o ator Cauã Reymond, de “Vale Tudo”: a vida imita a arte

A estreia do remake de “Vale Tudo” na Globo gerou uma cobertura “jornalística” ridícula.

Veteranos profissionais da casa são forçados a participar de uma palhaçada na pele de assessores de imprensa para turbinar a atração. A exigência de que eles falem sobre a novela, mesmo sem domínio do assunto, é um reflexo de como a Globo transformou o jornalismo em mera extensão de sua programação.

Na segunda à tarde, Julia Duailibi e Octávio Guedes conversavam com o galã Cauã Reymond, um cabeça oca sem nada a dizer sobre assunto algum. Julia fingia espontaneidade para discorrer a respeito de alguma coisa “icônica” (pelo amor de Deus, parem de repetir essa palavra). 

Guedes tentou arrancar de Reymond uma reflexão sobre os anos 80 e os dias de hoje e terminou no “tamo junto’. Patético. O risco de ser demitido é uma ameaça implícita, deixando claro que quem não topa a armação está na rua.

A linha entre o papel de informar e o de promover se torna cada vez mais tênue na Globo, fazendo com que os jornalistas se vejam obrigados se fantasiar de blogueirinhos.

A Globo teme que “Vale Tudo” registre uma pontuação inferior à da flopada “Mania de Você”, que, com 22 pontos, obteve o pior Ibope de estreia na história da faixa após o “Jornal Nacional”, conforme a medição da Kantar Ibope Média para a Grande São Paulo.

Considerada uma das tramas mais emblemáticas da dramaturgia brasileira, “Vale Tudo” é a grande aposta da emissora para celebrar seus 60 anos. Quando estreou em maio de 1988, alcançou 56 pontos e chegou a 72 de média nas semanas finais.

Como o compromisso não é com os fatos, dificilmente veremos uma matéria sobre o inevitável fracasso da novela. Nem o “Guedinho” salva.

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