
Papa Francisco deixa seu legado de humildade e justiça social – Foto: Alberto Pizzoli/AFP/Especial
O Papa Francisco morreu nesta segunda-feira, 21 de abril de 2025, aos 88 anos, no Vaticano. A morte foi confirmada pelo cardeal Kevin Joseph Farrell, camerlengo da Igreja, por meio de comunicado oficial. O pontífice faleceu às 2h35 (horário de Brasília)., na Casa Santa Marta, onde residia desde o início de seu papado.
O Papa Francisco, nascido Jorge Mario Bergoglio, vinha enfrentando problemas de saúde nos últimos meses. Em fevereiro, foi hospitalizado com pneumonia bilateral e permaneceu internado por 38 dias. Teve alta no fim de março, mas continuou com o estado clínico comprometido.
Última aparição pública do Papa Francisco
Em sua última aparição pública, no Domingo de Páscoa, 20 de abril, o Papa Francisco apareceu visivelmente debilitado, mas reuniu forças para conceder a tradicional bênção Urbi et Orbi, da sacada da Basílica de São Pedro.

Com a voz fraca, mas firme, o Papa pediu ao mundo que buscasse o desarmamento global, afirmando: “A paz não é possível sem um verdadeiro desarmamento”. O gesto emocionou fiéis de todo o mundo, que se reuniram para ouvir sua mensagem final de esperança e reconciliação.
Trajetória do Papa Francisco: o primeiro pontífice latino-americano
Jorge Mario Bergoglio nasceu em 17 de dezembro de 1936, em Buenos Aires, Argentina. Ingressou na Companhia de Jesus e foi ordenado sacerdote em 1969. Foi nomeado arcebispo de Buenos Aires em 1998 e, em 2001, tornou-se cardeal pelas mãos de João Paulo II.
Em 13 de março de 2013, foi eleito o 266º Papa da Igreja Católica, sendo o primeiro Papa latino-americano, o primeiro jesuíta e o primeiro não europeu em mais de 1.200 anos. Adotou o nome Francisco em homenagem a São Francisco de Assis, símbolo de humildade e defesa dos pobres.
Legado do Papa Francisco para a Igreja Católica e o mundo
O legado do Papa Francisco foi construído sobre três pilares principais: humildade, justiça social e reforma interna da Igreja. Desde o início de seu papado, ele optou por uma vida simples, recusando o luxuoso Palácio Apostólico e escolhendo viver na Casa Santa Marta.
Entre as principais ações do seu pontificado, destacam-se:
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Reforma da Cúria Romana, com simplificação de estruturas e maior transparência financeira.
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Combate aos abusos sexuais na Igreja, com novas regras de responsabilização.
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Defesa do meio ambiente, com a publicação da encíclica Laudato si’, sobre a “casa comum”.
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Abertura ao diálogo inter-religioso, buscando a paz com outras crenças.
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Postura inclusiva, ao afirmar que “quem sou eu para julgar?” ao falar sobre homossexuais.
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Incentivo à misericórdia pastoral, defendendo acolhimento a divorciados e marginalizados.
Reações à morte do Papa Francisco
Líderes políticos e religiosos de todo o mundo prestaram homenagens ao Papa Francisco. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, descreveu-o como “um homem de fé, coragem e amor pelos mais pobres”. O presidente do Conselho Europeu, António Costa, afirmou que suas palavras “continuarão a nos inspirar para um mundo mais justo e humano”.
Velório, sepultamento e futuro da Igreja
O corpo do Papa será velado na Basílica de São Pedro, onde fiéis poderão se despedir. Atendendo a seu desejo de simplicidade, será sepultado na Basílica de Santa Maria Maior, em uma capela modesta.
Com a morte de Francisco, será iniciado o conclave para a eleição de um novo pontífice, conforme as normas estabelecidas pela Igreja.
A morte do Papa Francisco encerra um dos pontificados mais transformadores dos últimos tempos. Ele será lembrado por seu espírito humilde, sua voz firme pelos pobres e sua coragem em reformar a Igreja, mantendo sempre o olhar atento aos que mais precisam. Seu legado atravessará gerações.