Presidenciável de extrema-direita agride médica após aborto na Polônia

O candidato à presidência polonesa Grzegorz Braun, sério, falando e apontando para cima, de óculos, terno e gravata
O candidato à presidência polonesa Grzegorz Braun – Divulgação

O político Grzegorz Braun, candidato à presidência da Polônia pelo partido de extrema-direita Confederação da Coroa Polonesa, protagonizou um episódio violento ao invadir um hospital ginecológico em Oleśnica, na região da Baixa Silésia, e agredir uma médica responsável por um aborto legal. A denúncia foi feita pelo portal de notícias Gazeta.pl.

De acordo com a publicação, Braun entrou à força na unidade de saúde acompanhado de apoiadores. O grupo bloqueou a médica dentro de seu consultório por mais de uma hora e alegou estar realizando uma “prisão cidadã”. A profissional havia realizado um aborto dentro dos limites legais permitidos pela legislação polonesa.

“Fui presa por Braun e sua equipe. Fui submetida a violência física e intimidação”, declarou a médica ao portal.

Apesar da chegada de três policiais ao local, nenhuma medida foi tomada contra o político, que ainda exigiu que os agentes prendessem a médica e a impedissem de exercer sua função. A direção do hospital confirmou que a profissional foi impedida de sair do consultório.

Segundo a mídia local, a paciente internada havia chegado ao hospital para realizar um aborto na 36ª semana de gestação. O procedimento foi autorizado por lei, já que o feto apresentava risco à vida da mãe — uma das poucas situações em que o aborto é permitido na Polônia.

A mulher havia passado anteriormente por tratamento em um hospital psiquiátrico, o que estendeu o tempo de gestação até o estágio avançado.

Grzegorz Braun já é conhecido por suas ações radicais e posições antiaborto. Em dezembro de 2023, ele utilizou um extintor de incêndio para apagar velas de uma menorá acesa no Parlamento polonês, durante a celebração do feriado judaico de Chanucá — atitude que foi amplamente condenada por outros políticos.

A legislação polonesa é uma das mais restritivas da Europa em relação ao aborto. Desde 1993, o procedimento é proibido em quase todos os casos, sendo permitido apenas quando há risco à vida da gestante ou se a gravidez for resultado de estupro. A venda de anticoncepcionais sem receita médica também é vetada no país.

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