Em um breve comunicado, o Vaticano anunciou a suspensão da canonização do jovem italiano Carlo Acutis, que deveria ocorrer no próximo domingo, 27 de abril.
Esta decisão ocorre após a morte do Papa Francisco nesta segunda-feira, 21 de abril, em sua residência em Santa Marta.
Carlo Acutis, o primeiro “santo millenial”, falecido em 2006 aos 15 anos, foi declarado beato pelo Papa Francisco em 2020, e deveria ser declarado santo no próximo domingo, por ocasião do dia dedicado aos adolescentes neste Ano Santo.
Acutis morreu de leucemia fulminante e atualmente é muito venerado entre os jovens católicos. Sua fé e seu trabalho de difusão dos valores cristãos pela Internet fizeram dele um modelo de espiritualidade.
O Papa Francisco destacou Acutis como um exemplo para os jovens em sua exortação Christus Vivit, publicada após o sínodo dos jovens em 2018. Nesse mesmo ano, ele foi declarado venerável e, em outubro de 2020, foi beatificado na Basílica de São Francisco em Assis.
O processo de canonização de Carlo Acutis é um dos mais rápidos da história da Igreja Católica, tendo decorrido apenas 14 anos desde sua morte. Em 23 de maio de 2023, o Papa assinou o decreto confirmando sua santidade.
O segundo milagre, que permitiu sua canonização, está relacionado a uma mulher da Costa Rica que em julho de 2022 fez uma peregrinação ao túmulo de Acutis em Assis, rezando pela recuperação de sua filha após um grave ferimento na cabeça.
A mídia do Vaticano também destaca outro caso semelhante: a recuperação milagrosa da jovem Valéria, que começou a respirar sem a ajuda de aparelhos após as orações de sua mãe no túmulo de Carlo.
O primeiro milagre de Carlo Acutis
O primeiro milagre reconhecido oficialmente pelo Vaticano por intercessão de Carlo, ocorreu em 2013 na Igreja Nossa Senhora Aparecida, em Mato Grosso do Sul.
O protagonista dessa cura milagrosa é Matheus Lins Vianna, que foi diagnosticado na infância com uma grave condição no pâncreas e não conseguia se alimentar, apresentando vômitos constantes.
Após intensas orações da família e um toque espontâneo em uma relíquia de Carlo Acutis durante uma celebração, o menino foi curado de forma inexplicável, como atestado por exames médicos posteriores. O milagre, aprovado pelo Vaticano em 2020, levou à beatificação de Carlo e, agora, culmina em sua canonização.
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