Intimação na UTI faz aliados criticarem live de Bolsonaro para venda de capacetes

O ex-presidente Jair Bolsonaro. Foto: Divulgação

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) participou ao vivo de uma live com os filhos na noite de terça-feira (23), diretamente da UTI de um hospital em Brasília, onde está internado. A transmissão, que durou cerca de duas horas, contou com a presença do ex-piloto de Fórmula 1 Nelson Piquet e teve como objetivo divulgar um capacete de grafeno comercializado por uma empresa associada à família Bolsonaro.

A iniciativa gerou reações no entorno do inelegível. Assessores e aliados do ex-presidente consideraram a participação um erro estratégico, avaliando que ele deveria ter priorizado sua recuperação em vez de se envolver em ações de marketing político e comercial durante a internação.

A exposição pública teve impacto direto nas investigações em curso. Após a live, o Supremo Tribunal Federal (STF) afirmou que a aparição de Bolsonaro “demonstrou a possibilidade de ser citado e intimado hoje [quarta-feira]”.

A Corte determinou sua notificação oficial no âmbito do inquérito sobre a tentativa de golpe de Estado, concedendo um prazo de cinco dias para a apresentação de sua defesa. Segundo relatos, Bolsonaro se exaltou ao ser intimado por uma oficial de Justiça, questionando se ela tinha “ciência de que ele estava em uma UTI”.

A transmissão, conduzida pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), foi realizada pelo YouTube e contou com as participações do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) e do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que entrou por vídeo dos Estados Unidos.

Apesar de o canal de Flávio ter mais de 650 mil inscritos, a live não chegou a mil espectadores simultâneos. Quando foi encerrada, apenas 783 pessoas assistiam ao conteúdo. Na manhã desta quarta-feira (24), o vídeo acumulava pouco mais de 16 mil visualizações.

Com forte apelo promocional, a transmissão focou na divulgação de um capacete de grafeno, produto comercializado por uma empresa da qual Jair e Flávio Bolsonaro são sócios.

Nos bastidores, aliados do ex-presidente criticaram o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no Supremo Tribunal Federal, por ter determinado a citação judicial mesmo com Bolsonaro internado. No entanto, muitos reconhecem que a decisão de participar da live enfraqueceu o argumento de que ele estaria inapto a receber a intimação.

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