
A China anunciou nesta segunda-feira (28) que pode substituir importações agrícolas e energéticas dos Estados Unidos, em meio à escalada da guerra comercial entre os dois países. Ao mesmo tempo, autoridades detalharam novos estímulos para proteger empregos e impulsionar o consumo interno, reafirmando a meta de crescimento de 5% do PIB para 2025.
Durante coletiva em Pequim, Zhao Chenxin, vice-presidente da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, afirmou que o país é capaz de atender à sua demanda sem depender de produtos americanos. “Mesmo que não compremos grãos para ração e oleaginosas dos Estados Unidos, isso não terá muito impacto no fornecimento de grãos do nosso país”, disse Zhao. Segundo ele, os grãos importados dos EUA são “altamente substituíveis” e o impacto no fornecimento de energia seria limitado, mesmo com o corte de petróleo, gás natural e carvão americanos.

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Em 2023, os EUA exportaram cerca de US$ 33 bilhões em produtos agrícolas e US$ 15 bilhões em energia para a China. No mesmo período, a participação americana nas importações alimentares chinesas caiu de 20,7% em 2016 para 13,5%, enquanto a do Brasil subiu de 17,2% para 25,2%.
O movimento da China ocorre em meio a tarifas bilaterais que já ultrapassam 100%, levando fábricas chinesas a reduzir a produção e a colocar trabalhadores em licença. Cerca de 16 milhões de empregos na China estão ligados à produção de bens exportados para os EUA, de acordo com o Goldman Sachs.
Nova rodada de estímulos
Para conter os efeitos negativos, a China anunciou novas medidas de estímulo. O Ministério de Recursos Humanos introduziu subsídios para empresas que contratem recém-formados, sem detalhar valores. Também foram anunciadas ações para incentivar o empreendedorismo, treinamento vocacional e melhor distribuição de salários em setores com alta demanda.
O vice-ministro do Comércio, Sheng Qiuping, disse que exportadores receberão apoio financeiro e terão seus custos operacionais reduzidos para estimular a venda de produtos tanto no mercado interno quanto externo. “Queremos dar mais confiança aos exportadores para aceitar pedidos”, afirmou Sheng.
Com a pressão sobre o mercado de trabalho — a taxa de desemprego urbana foi de 5,2% em março e a de jovens de 16 a 24 anos ficou em 16,5% —, a expectativa é que o Banco Popular da China adote novos cortes de juros e reduções no compulsório bancário. Analistas do Goldman Sachs projetam corte de 20 pontos-base nas taxas e de 50 pontos-base no compulsório até setembro.
Apesar de falas de Trump sobre negociações, Pequim insiste que os EUA devem revogar tarifas como condição para o diálogo. Nesta segunda, a China voltou a negar que esteja em tratativas com os EUA e negou uma declaração de Trump à revista Time, de que ele teria tido uma conversa por telefone com Xi Jinping.
(com CNBC e Financial Times)
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