A agenda doméstica começa esta terça-feira (29) com a divulgação do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) de abril, um indicador importante para avaliar a inflação no setor de bens e serviços. Em seguida, o mercado fica de olho na divulgação dos dados fiscais de março do governo central, às 14h30.
Ainda hoje, as empresas Iguatemi (IGTI11), ISA Energia (ISAE4) e Marcopolo (POMO4) devem divulgar seus resultados financeiros do primeiro trimestre deste ano (1T25) após o fechamento dos mercados.
Nos Estados Unidos, os investidores acompanham, às 11h, a confiança do consumidor e o relatório Jolts, que traz informações sobre o mercado de trabalho, enquanto os estoques de petróleo são anunciados às 17h30, fornecendo uma visão sobre o equilíbrio do mercado de energia.
Enquanto isso, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, realizará um comício em no Condado de Macomb, em Michigan, para marcar seus primeiros 100 dias de governo, conforme anunciou a secretária de imprensa da Casa Branca. Michigan foi um dos estados decisivos que Trump tirou dos democratas na eleição do ano passado.
O que vai mexer com o mercado nesta terça
Agenda
O presidente Lula terá uma agenda cheia no Palácio do Planalto, iniciando às 09h00 com uma reunião com o Ministro da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira, e o Secretário de Imprensa, Laércio Portela. Em seguida, às 09h30, ele se encontrará com o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha. O dia prossegue com um encontro às 11h30 com a Ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann.
À tarde, o presidente Lula se reunirá com o Secretário Especial para Assuntos Jurídicos da Casa Civil, Marcos Rogério de Souza, às 14h40. Logo após, às 15h00, ele participará de uma reunião com centrais sindicais para discutir a Pauta da Classe Trabalhadora e as prioridades para 2025. Para finalizar a agenda, às 16h30, Lula receberá o Governador do Pará, Helder Barbalho.
Já Gabriel Galípolo, presidente do BC, se reunirá com o Deputado Distrital Chico Vigilante, o Deputado Distrital Gabriel Magno e a Deputada Federal Erika Juca Kokay, todos do PT/DF, no Edifício-Sede do Banco Central em Brasília, às 9h. O encontro é fechado à imprensa. Em seguida, das 11:00 às 13:30, o Presidente participará de uma entrevista coletiva sobre o Relatório de Estabilidade Financeira (REF), que será transmitida ao vivo pelo Canal do BC no YouTube.
Na parte da tarde, Gabriel terá uma audiência marcada para as 16:30 com representantes da Associação Brasileira de Instituições de Pagamento (Abipag), também no Edifício-Sede do Banco Central.
A agenda do ministro Fernando Haddad para esta terça-feira não foi divulgada.
Brasil
8h – IGP-M (abril)
8h – Confiança de serviços (abril)
14h30 – Governo central (março)
EUA
11h – Confiança do consumidor (abril)
11h – Jolts (março)
17h30 – Estoques de petróleo (semanal)
Zona do Euro
7h – Confiança do consumidor (abril)
INTERNACIONAL
100 dias
Uma pesquisa Ipsos, em parceria com o Washington Post e a ABC News, mostra que Donald Trump tem a pior aprovação aos 100 dias de governo em 80 anos: 39% aprovam e 55% desaprovam. Sobre a economia, 73% dos americanos dizem que a situação está ruim, 53% acham que piorou desde a posse de Trump e 41% relatam piora nas finanças pessoais. O levantamento ouviu 2.464 adultos entre 18 e 22 de abril de 2025, em inglês e espanhol. Dos entrevistados, 30% se declararam democratas, 30% republicanos e 29% independentes. A margem de erro não foi informada.
Muita diversão
Donald Trump afirmou à revista The Atlantic que está “se divertindo muito” em seu segundo mandato, dizendo que agora “manda no país e no mundo”. A publicação lista medidas polêmicas, como o perdão a 1.600 apoiadores do ataque ao Capitólio, quase cem decretos assinados e demissões de servidores. A Atlantic também revelou planos secretos de bombardeios no Iêmen, vazados por engano a um jornalista. Trump teria conquistado antigos críticos bilionários como Zuckerberg e Bezos. A revista detalha ainda a reaproximação entre Trump e McCarthy, fundamental para a volta do ex-presidente à influência política.
Facilidade
O governo Trump sugeriu ao Brasil que restrições às importações de aço da China poderiam facilitar negociações sobre as tarifas americanas de 25% sobre aço e alumínio. Washington alega que o aumento da compra de aço chinês pelo Brasil distorce o mercado internacional. O governo Lula nega a triangulação e afirma adotar medidas antidumping contra a China. A pressão dos EUA gerou reação de Pequim, que ameaçou retaliar países que prejudiquem seus interesses. O Brasil teme ainda que barreiras à China inundem o mercado interno com produtos excedentes. Apesar de considerar recorrer à OMC, o Brasil aposta na via diplomática. A volatilidade do governo Trump dificulta previsões sobre o desfecho das negociações.
Made in Brasil
O perfil Yuyuan Tan Tian, da rede CCTV, divulgou imagens de navios descarregando soja brasileira no porto de Ningbo-Zhoushan, na China. Em abril, o terminal recebeu 40 navios, alta de 48% sobre o ano anterior, movimentando 700 mil toneladas. O vice-diretor Zhao Chenxin afirmou que a China pode prescindir de produtos agrícolas dos EUA. As importações americanas caíram enquanto as brasileiras cresceram, refletindo a menor dependência dos EUA. O fluxo nos portos americanos já recua. A China comprou apenas 1.800 toneladas de soja dos EUA em meados de abril. As remessas de grãos sul-americanos devem bater recorde no trimestre.
ECONOMIA
Haddad
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou na segunda-feira (28) que o Brasil pode trocar seus vetores de crescimento, com menos impulso fiscal e mais investimentos privados. Em evento do J.Safra, em São Paulo, ele destacou o consumo das famílias e os investimentos das empresas como motores sustentáveis da economia.
Haddad negou a necessidade de um ajuste recessivo, defendendo que é possível organizar as contas sem prejudicar o crescimento. O ministro também criticou a responsabilidade fiscal ficar restrita ao Executivo. Sobre o Mercosul, disse ver maior abertura da França para o acordo com a União Europeia. Ele ainda anunciou viagem à Califórnia para divulgar o plano nacional de data centers. O governo prepara medida para desonerar investimentos em tecnologia da informação.
Tempo para efeito
No mesmo evento que Haddad, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou que é preciso dar tempo para a política monetária fazer efeito na economia. Ele destacou preocupação com a inflação acima da meta e com expectativas desancoradas.
Segundo Galípolo, o BC busca definir não só o nível adequado da taxa de juros, mas também o tempo de manutenção. Na última reunião, o Copom elevou a Selic para 14,25% ao ano e indicou possibilidade de novos ajustes. O presidente disse que o BC está “bastante incomodado” com o ritmo da desinflação. Apesar disso, afirmou que não há um único gatilho para a política monetária. O Banco Central continuará monitorando os indicadores com cautela e firmeza.
Indícios
A Polícia Federal apontou “fundados indícios de lavagem de dinheiro” envolvendo diretores e procuradores da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) no caso dos descontos indevidos em benefícios pagos pelo INSS. Segundo decisão da Justiça Federal de Brasília, baseada em dados da CGU, a Contag recebeu R$ 2 bilhões — quase metade dos R$ 4,2 bilhões descontados para seis entidades entre 2019 e março de 2024.
Relatórios do Coaf identificaram saídas atípicas de R$ 26,4 milhões da confederação, fracionados entre 15 beneficiários. A Contag nega irregularidades e afirma colaborar com as investigações. A Operação Sem Desconto levou à demissão do presidente do INSS e afastou diretores do órgão.
Em alta
A produção de petróleo e gás natural no Brasil cresceu 9,31% em março de 2025, somando 4,658 milhões de barris de óleo equivalente por dia, segundo a ANP. A produção de petróleo subiu 7,80%, alcançando 3,618 milhões de barris diários, enquanto a de gás natural aumentou 14,9%, para 165,4 milhões de metros cúbicos por dia.
O pré-sal respondeu por 79,76% da produção total, com alta de 10,93% em relação a março de 2024. A produção de petróleo nessa camada foi de 2,883 milhões de barris diários, um avanço de 9,9%. Já o gás natural no pré-sal cresceu 14,4%, para 132,3 milhões de metros cúbicos por dia.
Eco Invest Brasil
O governo de Luiz Inácio Lula da Silva pretende levantar US$ 2 bilhões para projetos sustentáveis, focando na recuperação de pastagens degradadas, por meio de um novo leilão do programa Eco Invest Brasil. O leilão, que envolverá capital público e privado, visa recuperar até 1 milhão de hectares de terras degradadas.
O governo destinará metade dos recursos para a produção de alimentos e o restante para madeira e biocombustíveis. O programa também exige alocação de 10% em projetos na Caatinga e um edital específico para a Amazônia. O Eco Invest foi criado para atrair investimento privado e reduzir a volatilidade cambial.
POLÍTICA
Lula, Lupi e o INSS
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem adotado cautela diante das denúncias de fraude no INSS, defendendo investigação aprofundada sem, por ora, afastar o ministro Carlos Lupi. No Planalto, auxiliares afirmam que não há apuração formal contra o ministro e que ele deve ter nova conversa com Lula. A permanência de Lupi envolve também questões políticas, já que ele é presidente honorário do PDT. Um afastamento poderia fortalecer o grupo de Ciro Gomes, opositor ao governo. Lupi foi alertado sobre irregularidades em 2023, mas só agiu em 2024. O presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, já foi afastado. O critério de Lula para exonerações segue sendo o surgimento de denúncia formal ou provas graves.
Aprovação em queda
A avaliação positiva do governo Lula (PT) subiu para 40,2%, segundo pesquisa AtlasIntel/Bloomberg divulgada nesta segunda-feira (28). Apesar da alta de 2,8 pontos percentuais em relação a março, a avaliação negativa (ruim/péssimo) ainda é maior, atingindo 47,7%. A aprovação vinha em queda desde dezembro de 2024, quando era de 40,8%. Já a rejeição caiu 1,1 ponto percentual em abril. A pesquisa ouviu 5.419 brasileiros entre 20 e 24 de abril, com margem de erro de 1 ponto percentual. É o primeiro sinal de recuperação da imagem do governo após meses de deterioração. O nível de confiança é de 95%.
PEC da Segurança
O deputado Paulo Azi (União-BA), presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), escolheu Mendonça Filho (União-PE) como relator da PEC sobre segurança pública. Ex-ministro da Educação no governo Temer, Mendonça Filho já relatou outras propostas importantes, como a reforma do Ensino Médio. A CCJ avaliará a admissibilidade e constitucionalidade da proposta. Se aprovada, a PEC seguirá para uma comissão especial antes de ser votada no plenário. A PEC enfrenta resistência da oposição e de governadores.
Imposto de Renda
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou na segunda-feira (28) que o projeto que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) deve ser votado somente no segundo semestre, após o recesso parlamentar de julho. Motta destacou que a comissão especial responsável pela análise da proposta será instalada na próxima semana e que o texto passará por alterações para minimizar impactos econômicos. Ele afirmou que a votação pode ocorrer até setembro ou dezembro, dependendo das modificações e das regras de “noventena” e anualidade.
Cada caso é um caso
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou que a prisão de Fernando Collor seja um recado a Jair Bolsonaro (PL). Após palestra no Instituto dos Advogados de São Paulo (Iasp), na segunda-feira (28), Gilmar afirmou que “cada caso tem suas peculiaridades” e que não se deve tirar conclusões gerais.
Atestado médico
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a defesa do ex-presidente Fernando Collor apresente em 48 horas documentos médicos que comprovem problemas de saúde, a fim de avaliar a possibilidade de prisão domiciliar. A defesa do ex-presidente alegou idade avançada (75 anos) e comorbidades como Parkinson e apneia do sono. Collor está preso desde sexta-feira, após sua condenação a 8 anos e 10 meses por corrupção relacionada à BR Distribuidora. A defesa já havia solicitado a domiciliar, apresentando documentos durante uma audiência com o gabinete do ministro.
Corporativo
Gerdau (GGBR4)
A Gerdau (GGBR4) teve lucro líquido ajustado de R$ 758 milhões de janeiro ao final de março, queda de 39% sobre o resultado obtido um ano antes, segundo balanço do grupo siderúrgico divulgado nesta segunda-feira (28).
A companhia apurou um resultado operacional medido pelo Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado de R$ 2,40 bilhões, um recuo de 14,6% na comparação anual.
(Com Reuters)
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