
A Mesa Diretora da Câmara dos Deputados solicitou a suspensão cautelar por seis meses do mandato do deputado Gilvan da Federal (PL-ES) após declarações ofensivas contra a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT). O pedido, apresentado na noite desta quarta-feira (30), será analisado pelo Conselho de Ética da Casa dentro de três dias úteis.
Caso o prazo não seja cumprido, a decisão será levada ao plenário da Câmara. A representação foi motivada por declarações consideradas sexistas e ofensivas feitas pelo parlamentar durante audiência da Comissão de Segurança Pública na última terça-feira (29).
Na ocasião, Gilvan citou uma planilha da Odebrecht que registrava apelidos de políticos supostamente envolvidos em esquemas de propina. Entre eles, mencionou “Lindinho”, atribuído a Lindbergh Farias (PT-RJ), e “Amante”, associado a Gleisi. Ele então afirmou que a pessoa com esse apelido deveria ser “uma prostituta do caramba”.
O episódio levou a Corregedoria Parlamentar a se manifestar de ofício, informando à direção da Câmara que as falas não correspondem ao padrão de conduta esperado de um parlamentar.
Gilvan da Federal é símbolo do que significa a ascensão da extrema-direita na política. Vai ter o mandato suspenso por essa ofensa abjeta mostrada no vídeo. Um sujeito que não consegue falar duas frases sem ofender alguém. Em condições normais, jamais seria representante público. pic.twitter.com/0JEvIm32rW
— Rogério Tomaz Jr. (@rogeriotomazjr) May 1, 2025
A Mesa Diretora considerou que houve “flagrante abuso de prerrogativas constitucionais” por parte de Gilvan, que, segundo o documento enviado ao Conselho de Ética, também fez “insinuações abertamente ultrajantes, desonrosas e depreciativas” contra Gleisi Hoffmann.
A ação é inédita sob o novo mecanismo de punição acelerada para deputados, instituído na gestão de Arthur Lira (PP-AL). A representação foi assinada por cinco membros da direção da Casa, incluindo o presidente em exercício Hugo Motta (Republicanos-PB).
O documento afirma que o discurso de Gilvan da Federal “excedeu o direito constitucional à liberdade de expressão” e comprometeu a dignidade não apenas de outros parlamentares, mas da própria Câmara dos Deputados.
Além do episódio envolvendo Gleisi, o deputado já havia protagonizado outra polêmica recente, ao afirmar que “gostaria que o presidente Lula morresse”. A declaração gerou reação da Advocacia-Geral da União (AGU), e Gilvan foi posteriormente forçado a pedir desculpas públicas.
“Eu quero que o Lula morra”, diz deputado do PL
Gilvan da Federal (PL-ES) é relator de um projeto que pretende desarmar a segurança pessoal do presidente Lula
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— Metrópoles (@Metropoles) April 9, 2025
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