Com prisão decretada, Gusttavo Lima tinha show público de R$ 1 milhão marcado em PE

Gusttavo Lima em show. Foto: reprodução

Na última segunda-feira (23), a Justiça de Pernambuco decretou a prisão do cantor Gusttavo Lima, acusado de envolvimento em uma investigação sobre esquemas ilegais de bets, e, no mesmo dia, ele teve um show de R$ 1,1 milhão contratado pela Prefeitura de Petrolândia (PE).

A apresentação, marcada para o dia 2 de outubro, será uma das atrações principais da tradicional Festa do Padroeiro da cidade, que tem cerca de 37 mil habitantes. O contrato foi oficializado por meio da inexigibilidade de licitação, ou seja, sem concorrência para definir o valor do serviço.

Essa contratação, publicada no Diário Oficial dos Municípios do Estado de Pernambuco, foi firmada pela Secretaria de Cultura, Esportes e Lazer de Petrolândia e ratificada pelo prefeito Fabiano Jaques Marques (Republicanos).

A prisão de Gusttavo Lima, decretada na segunda-feira (23), ocorre no âmbito da Operação Integration, que investiga, entre outros alvos, a influenciadora Deolane Bezerra. A Justiça de Pernambuco acusa Lima de ter ajudado duas pessoas investigadas a permanecerem fora do país.

De acordo com o despacho judicial, o sertanejo, cujo nome de registro é Nivaldo Batista Lima, é acusado de dar abrigo a foragidos. “É imperioso destacar que, ao dar guarida a foragidos, Nivaldo Batista Lima demonstra uma alarmante falta de consideração pela Justiça”, escreveu a juíza Andrea Calado da Cruz.

A magistrada também mencionou que o cantor realizou uma viagem à Grécia acompanhando investigados da operação, levantando suspeitas de que os foragidos teriam permanecido no exterior e não retornado ao Brasil.

“Na ida, a aeronave transportou Nivaldo Lima e o casal de investigados, seguindo o trajeto Goiânia–Atenas–Kavala. No retorno, o percurso foi Kavala–Atenas–Ilhas Canárias–Goiânia, o que sugere que José André e Aislla possam ter desembarcado na Grécia ou nas Ilhas Canárias, na Espanha”, detalhou a juíza em sua decisão.

Gusttavo Lima com a camisa da Vai de Bet. Foto: Reprodução

Em 2022, ele já havia sido alvo de controvérsias quando seu nome surgiu na “CPI do sertanejo”, investigação que levantou questionamentos sobre os cachês milionários pagos por pequenas prefeituras a grandes estrelas da música, em municípios com baixa arrecadação e população reduzida.

O debate sobre o uso de verba pública para contratar shows de artistas sertanejos tem ganhado destaque nos últimos anos, com críticas sobre a desproporcionalidade dos valores investidos em eventos gratuitos para a população dessas cidades.

Especialistas apontam que os cachês elevados no meio sertanejo são resultado de uma combinação de fatores: o domínio do gênero nas rádios e nas plataformas de streaming, a ênfase do mercado na realização de grandes shows e o apelo desse estilo musical nas áreas rurais e interiores do Brasil.

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