Traive e Grão Direto buscam recursos para financiar expansão

Duas das agtechs mais cobiçadas do Brasil na atualidade estão no mercado para angariar recursos e financiar suas teses. Traive e Grão Direto têm mantido conversas com possíveis investidores. Um dos interessados é o grupo liderado pela Agroven.

A Grão Direto prepara sua Série B, ainda em fase de estruturação. O CFO da agtech de comercialização digital de grãos, Guilherme Cadelca, apresentou ontem sua tese a um grupo de investidores associados da Agroven, enquanto seu CEO Alexandre Borges se reunia com fundos de investimento nos Estados Unidos, em evento na sede da XP, na capital de São Paulo.

Nos últimos três anos a empresa registrou crescimento exponencial. Em 2021, a Grão Direto transacionou em sua plataforma 341 mil toneladas de grãos e registrou faturamento de R$ 1 milhão. No ano seguinte, foram movimentadas 1,9 milhão de toneladas, e receita atingiu R$ 3 milhões. Em 2023, a Grão Direto faturou R$ 8,7 milhões, movimentando 5,2 milhões de toneladas.

“Em 2024, planejamos tocar em 8 milhões de toneladas, com faturamento de R$ 14 milhões. Em 2025, aconteçará nosso crescimento exponencial, e vamor tocar 14 milhões de toneladas, com faturamento de R$ 30 milhões”, disse Cadelca a investidores reunidos pela Agroven.

A agtech tem no seu planejamento alcançar um faturamento de R$ 25 milhões em 2026, transacionando 25 milhões de toneladas. Baseada em Uberaba (MG) e com 72 mil usuários comerciais ativos, a expectativa é chegar aos R$ 100 milhões em 2027.

Além da comercialização de grãos, a empresa começou a prestar serviços financeiros. No ano passado, a Grão Direto realizou algumas operações de antecipação de recebíveis, contratos a termo e bater financeiro.

“Apenas nas antecipações de recebíveis, tiramos R$ 1,5 milhão do nosso caixa para colocar nessas operações de serviços financeiros. Esse valor, no final do ano, se transformou em R$ 16,8 milhões, com inadimplência zero, em mais de 100 operações”, disse Cadelca.

Já a Traive, que oferece um sistema de análise de risco de crédito rural com uso de inteligência artificial, está em uma fase mais adiantada de captação de recursos. A empresa abriu neste ano uma rodada para captar US$ 20 milhões, e pretende atrair nas próximas semanas os US$ 4 milhões restantes para alcançar seu objetivo. O Banco do Brasil foi um dos líderes da rodada, com um aporte não revelado.

A empresa garante analisar os dados de 20% dos produtores rurais do Brasil, responsáveis por 80% da produção agrícola nacional. A Traive tem hoje cerca de 50 clientes, cinco vezes mais do que o número registrado em 2022. A expectativa é chegar a 100 até o fim de 2024.

O valor dos contratos fechados no ano passado chegou a US$ 5 milhões, ante pouco menos de US$ 1 milhão em 2022. Para 2024, a expectativa é que o Annual Contract Value (ACV) se aproxime de US$ 10 milhões.

“O volume de crédito que os nossos clientes deram em 2023 para os produtores ou empresas agrícolas que eles atendem foi de R$ 60 bilhões. Isso mostra o potencial de desova de crédito no mercado de capitais”, disse o CEO da Traive, Fabrício Pezente.

É com base nesse valor que a agfintech está otimista para crescer. Em recente entrevista ao IM Business, Pezente antecipou a ideia de atrair instituições financeiras para sua plataforma e criar uma espécie de marketplace de crédito rural.

Esse é um dos projetos para o qual a empresa pretende direcionar os recursos da sua rodada de captação. A segunda linha de crescimento é a internacionalização. A Traive anunciou esta semana que fechou um contrato com a Vergor, do México, dando seu primeiro passo fora do Brasil.

The post Traive e Grão Direto buscam recursos para financiar expansão appeared first on InfoMoney.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.