Dólar sobe mais de 1% e volta a R$ 5,80 à espera de dados e anúncio do pacote fiscal

O dólar avança forte perante o real nas primeiras negociações desta segunda-feira (11), em linha com o exterior, à medida que investidores se posicionam para uma semana repleta de dados, ainda na espera do anúncio de medidas fiscais pelo governo e de olho em novas notícias vindas da China e dos Estados Unidos.

Qual a cotação do dólar hoje?

Às 10h25, o dólar à vista operava com alta de 1,28%, cotado a R$ 5,810 na compra e R$ 5,811 na venda. Na B3 o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 1,15%, a 5.820 pontos.

Na sexta-feira, o dólar à vista fechou o dia em alta de 1,09%, cotado a 5,7376 reais. Na semana, no entanto, a divisa acumulou baixa de 2,25%.

O Banco Central fará nesta sessão leilão de até 15.200 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 2 de dezembro de 2024.

Dólar comercial

  • Compra: R$ 5,810
  • Venda: R$ 5,811

Dólar turismo

Venda: R$ 6,02

Compra: R$ 5,84

O acontece com o dólar hoje?

O real acompanhava o desempenho ruim de seus pares emergentes, conforme a moeda norte-americana avançava amplamente em diversos mercados na esteira ainda de acontecimentos políticos e econômicos da semana passada.

A vitória de Donald Trump na eleição presidencial dos EUA tem ajudado a valorizar o dólar em sessões recentes, uma vez que as promessas do republicano para a economia, incluindo tarifas, são vistas como inflacionárias por analistas, o que impulsiona a divisa do país ao provocar a perspectiva de juros norte-americanos elevados.

O Partido Republicano também está próximo de conquistar o controle total do Congresso dos EUA com uma esperada manutenção de sua maioria na Câmara dos Deputados, após garantir uma maioria no Senado na semana passada. Esse cenário facilitaria a aprovação das medidas propostas por Trump.

“Apesar do feriado nos Estados Unidos, os investidores dão continuidade ao chamado ‘Trump Trade’, digamos, a um ajuste de posições nas carteiras de investimento, após a vitória expressiva de Donald Trump”, disse Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX.

Em mercados emergentes, ainda pesava a contínua decepção dos investidores com as medidas de estímulo fiscal na China. O país divulgou na sexta-feira um pacote de dívida de 10 trilhões de iuanes (1,40 trilhão de dólares) para aliviar tensões relacionadas a financiamento de governos locais.

Mais cedo, o presidente do banco central da China, Pan Gongsheng, disse que o país intensificará o ajuste anticíclico e afirmará uma postura de apoio na política monetária, segundo um comunicado da instituição nesta segunda-feira.

Nesta semana, os mercados estarão atentos a uma série de dados econômicos, incluindo leituras de inflação nos EUA, na quarta-feira, e em países importantes da zona do euro.

No cenário doméstico, a espera do mercado por prometidas medidas de contenção de gastos do governo também pressionava a moeda brasileira, com investidores ansiosos após diversas reuniões entre ministros do Executivo sobre o tema na semana passada.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sinalizou recentemente que faltavam apenas “detalhes” para que o pacote fiscal fosse anunciado, reiterando que há convergência entre os membros do governo sobre a necessidade de garantir a sustentação do arcabouço fiscal no longo prazo.

(Com Reuters)

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