Xi Jinping: “China e Brasil devem se unir mais estreitamente”

Xi Jinping, o presidente da China. Foto: reprodução

Nos dias 18 e 19 de novembro, o Brasil sediará e presidirá a Cúpula do G20. Uma das presenças mais aguardadas é do presidente da China, Xi Jinping que publicou um artigo na Folha de S.Paulo neste domingo (17). No texto, ele fala da importância da reunião entre os principais líderes globais, a relação diplomática cada vez mais próxima ao Brasil e sobre uma reformulação necessária nas instituições bancárias internacionais, como FMI, Banco Mundial e OMC. Veja alguns trechos:

China-Brasil: Com futuro compartilhado e amizade que supera distâncias é hora de navegarmos juntos sob velas cheias

A convite do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, realizarei em breve uma visita de Estado à República Federativa do Brasil e participarei da Cúpula de Líderes do G20 no Rio de Janeiro.

O Brasil tem território vasto, recursos ricos, paisagens deslumbrantes e culturas diversas, e é um país do qual o povo chinês gosta muito. Há mais de 200 anos, o chá, a lichia, as especiarias e as porcelanas atravessaram mares e chegaram ao Brasil, daí se criou uma ponte de intercâmbio econômico e comercial entre os dois países e nasceram os laços de intercâmbio amigável entre chineses e brasileiros.

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China e Brasil sempre persistem em respeito mútuo e tratamento em pé de igualdade. Entendem e apoiam os caminhos de desenvolvimento que o povo chinês e o povo brasileiro escolheram. O Brasil foi o primeiro país a estabelecer uma parceria estratégica com a China e o primeiro país da América Latina e Caribe a estabelecer uma parceria estratégica global com Pequim.

Os dois países têm um relacionamento que sempre fica na vanguarda dos relacionamentos entre a China e os países em desenvolvimento e possuem mecanismos governamentais de diálogo e cooperação completos.

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A China é o maior parceiro comercial do Brasil por 15 anos consecutivos e uma das principais fontes de investimento estrangeiro — conforme estatísticas chinesas, importou mais de US$ 100 bilhões do Brasil anualmente nos últimos três anos, batendo um novo recorde. Com esforços conjuntos, os dois países gozam de uma pauta comercial bilateral cada vez mais aprimorada, uma cooperação de qualidade cada vez mais elevada e os interesses comuns cada vez mais ampliados.

Xi Jinping, presidente da China, recebeu Lula, presidente do Brasil, em 2023. Foto: Ricardo Stuckert

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No mundo de hoje, transformações de escala nunca vista em um século estão ocorrendo em um ritmo acelerado, e novos desafios e mudanças continuam surgindo. Diz um ditado chinês: “Em corrida de barcos, vencem aqueles que remam com força; em regata de veleiros, ganham aqueles que ousam avançar sob vela cheia.” China e Brasil, dois grandes países em desenvolvimento nos hemisférios leste e oeste e membros importantes do Brics, devem se unir mais estreitamente, ousar ser pioneiros e caçadores de ondas, e juntos abrir novas rotas de navegação que levam a um futuro mais belo que os povos dos dois países e a humanidade merecem.

Devemos manter a amizade como a direção geral do desenvolvimento do relacionamento entre China e Brasil. Vamos persistir sempre em respeito, confiança e aprendizagem mútuos e estreitar ainda mais os intercâmbios entre governos, entre partidos políticos, entre órgãos legislativos, de todos os níveis e em todas as áreas.

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Um outro objetivo importante da minha visita ao Brasil é participar da Cúpula do G20. O G20 é uma plataforma importante para a cooperação econômica internacional. O Brasil definiu como lema da sua presidência “Construir um mundo justo e um planeta sustentável”, promoveu proativamente a cooperação do G20 em todas as áreas e estabeleceu uma boa base para a realização bem-sucedida da Cúpula no Rio. O presidente Lula adotou “combate à fome e à pobreza” como um tema principal da cúpula e propôs o lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, à qual a China expressa grande apreço e apoio.

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Para construir um mundo justo, é preciso o G20 persistir nos princípios de respeito mútuo, cooperação em pé de igualdade, benefícios mútuos e ganhos compartilhados, e apoiar os países do Sul Global para realizar um maior desenvolvimento.

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É preciso promover proativamente a reforma do Fundo Monetário Internacional, Banco Mundial e Organização Mundial do Comércio e aumentar a representação e a voz do Sul Global.

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Estou convicto de que a Cúpula do G20 no Rio alcançará resultados frutíferos e deixará distintas marcas brasileiras na história do bloco. Aguardo também trabalhar junto com o presidente Lula para conduzir as relações China-Brasil a entrar nos novos “50 anos dourados” e formar uma comunidade com futuro compartilhado mais justo e mais sustentável.

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