Celular, rota e conexões do terrorista guiam a investigação sobre o atentado no DF

O corpo de Tiü França, bolsonarista que morreu durante um atentado em Brasília. Foto: reprodução

As investigações sobre o atentado a bomba na Praça dos Três Poderes, ocorrido na noite de quarta-feira (14), avançam com múltiplas frentes lideradas pela Polícia Federal (PF). O autor do ataque, Francisco Wanderley Luiz, conhecido como Tiü França, que morreu ao detonar explosivos em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), é o centro das apurações que buscam esclarecer se ele agiu sozinho, se teve financiamento e possíveis ligações com grupos radicais.

Entre os principais focos está a análise do celular encontrado junto ao corpo de Francisco. A PF também examina imagens das câmeras de segurança da Esplanada dos Ministérios e o trajeto percorrido pelo chaveiro até o momento do ataque.

Além disso, os investigadores rastreiam a origem dos materiais usados na fabricação dos explosivos, incluindo um extintor de incêndio que poderia funcionar como lança-chamas.

Francisco, que estava em Brasília desde julho, alugou uma casa em Ceilândia e estacionou um trailer próximo ao Anexo 4 da Câmara dos Deputados. Durante o ataque, ele utilizou quatro explosivos com parafusos. Apenas um foi acionado, enquanto outro permaneceu preso ao seu corpo. Após duas explosões iniciais na Praça dos Três Poderes, ele detonou uma bomba na própria nuca.

As investigações indicam que Francisco pode ter planejado o ataque por meses. Um boné com slogan da campanha de Jair Bolsonaro (PL) foi encontrado em seu trailer, além de mensagens escritas com batom no espelho do banheiro de sua casa. Uma das mensagens fazia referência a Débora Rodrigues, presa por vandalizar a estátua “A Justiça” durante os atos de 8 de janeiro.

Andrei Rodrigues, diretor-geral da Polícia Federal. Foto: José Cruz/Agência Brasill

Em sua cidade natal, Rio do Sul (SC), a PF realizou buscas e apreendeu dispositivos eletrônicos. Segundo depoimentos colhidos, Francisco teria manifestado a intenção de atentar contra a vida do ministro Alexandre de Moraes. Sua ex-mulher relatou episódios de radicalização e discursos extremistas.

À Folha de S.Paulo, a operação contou com o uso de robôs para vasculhar locais suspeitos, como a casa e o trailer do autor, onde foram encontrados mais explosivos que precisaram ser desativados. As buscas foram autorizadas por Alexandre de Moraes, que também assumiu o inquérito, por conexão com as investigações dos atos golpistas de 8 de janeiro.

O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, afirmou que as apurações seguem as linhas de tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito e terrorismo. Segundo ele, embora a ação de Francisco tenha características individuais, não é descartada a influência de ideologias extremistas ou suporte de um grupo organizado.

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