Lula: “O mundo é conservador. Eu sou a única alternativa de poder que aconteceu nesse país”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a cerimônia de encerramento da cúpula social do G20, no Rio de Janeiro, Brasil, em 16 de novembro de 2024 – Foto: Reuters

Em reunião com integrantes do G20 Social no Palácio do Planalto, neste domingo (17), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o mundo, incluindo o Brasil, é majoritariamente conservador, e que a vitória de políticos de direita nas eleições é a regra histórica. Lula destacou que sua chegada ao poder foi uma exceção nesse cenário político, citando-se como a única alternância de poder efetiva na história brasileira.

“O mundo é conservador. Quando você fala: ‘A direita ganhou as eleições agora este ano’… A direita sempre ganhou as eleições. Aqui no Brasil, a direita sempre ganhou as eleições. Eu sou a única alternância de poder que aconteceu nesse país. Porque sempre foi gente de cima que ganhou as eleições (…). Eram todos da classe dominante”, declarou Lula, contextualizando o avanço de forças conservadoras em escala global.

O presidente utilizou o exemplo de Evo Morales, ex-presidente da Bolívia, como outro caso de alguém fora das elites que conseguiu romper o domínio das classes dominantes. O chefe de Estado brasileiro também abordou as dificuldades que enfrenta para governar, destacando a complexidade de lidar com um Congresso onde a maioria dos parlamentares não é alinhada com sua agenda. “Tenho 513 deputados federais, mas o meu partido só tem 70. Para aprovar algo, preciso de 257 votos”, disse.

Evo Morales, ex-presidente da Bolívia – Foto: Reprodução

Lula também criticou a composição do Congresso Nacional, que, segundo ele, reflete os interesses das elites econômicas. “Não são os trabalhadores que estão no Congresso Nacional, não são os da agricultura familiar. São os fazendeiros que estão lá”, afirmou, destacando que muitos parlamentares ligados ao agronegócio utilizam outras profissões como fachada para suas candidaturas.

O petista mencionou ainda que, mesmo dentro de sua base, há desafios em articular pautas progressistas. Ele citou como exemplo as dificuldades em aprovar mudanças como a taxação de grandes heranças, devido à composição do Legislativo. “São eles [os ricos] que estão no Congresso”, enfatizou.

A reunião também destacou o papel do G20 Social, que busca conectar a sociedade civil às decisões globais. Segundo Lula, um dos principais desafios atuais é combater o avanço do negacionismo e da extrema-direita, que, em sua visão, minam os esforços democráticos ao redor do mundo.

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