Milei compartilha postagem chamando Lula de “comunista” e louvando Bolsonaro

A cúpula do G20, realizada no Brasil, foi palco de um dia tenso entre o presidente argentino Javier Milei e Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A rivalidade entre os dois líderes ganhou mais um capítulo nesta segunda-feira (18), quando o político de extrema-direita publicou uma provocação direcionada ao petista no X/Twitter.

O argentino compartilhou um vídeo em tom pejorativo, classificando Lula como “esquerdista e comunista” e enaltecendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Montagem polêmica com Lula e Bolsonaro

No vídeo compartilhado por Milei, Lula aparece cumprimentando outros líderes com entusiasmo durante a cerimônia de abertura do evento, mas com expressão séria ao saudar o mandatario argentino. Entre eles, destacados líderes direitistas, como Narendra Modri, da Índia e a neofascista italiana Georgia Meloni. Em seguida, a montagem exibe imagens de um encontro caloroso entre ele e Jair Bolsonaro, ocorrido meses antes.

A publicação traz a mensagem: “É melhor que esquerdistas e comunistas estejam longe”, reforçando o tom provocativo de Milei. Este tipo de ataque contra Lula não é novidade para o argentino, que já havia adotado discursos críticos ao petista antes mesmo de assumir a presidência.

A los zurdos y comunistas mejor tenerlos lejos. pic.twitter.com/ALHNLlh5qw

— Ramiro Marra (@RAMIROMARRA) November 18, 2024

Histórico de tensões entre Milei e Lula

Antes de ser eleito, Milei declarou que Lula era um “comunista condenado por corrupção” e afirmou que não o encontraria caso se tornasse presidente. No entanto, a realidade diplomática colocou desafios ao discurso radical. O Brasil é o principal parceiro comercial da Argentina, o que levou o governo ultraliberal de Milei a tentar minimizar os atritos para preservar os laços econômicos.

Apesar disso, o relacionamento entre os dois líderes permanece tenso. Lula chegou a exigir um pedido de desculpas de Milei por declarações anteriores, mas o argentino se recusou. Em outra ocasião, durante a cúpula do Mercosul, o argentino preferiu participar de um evento conservador no Brasil ao lado de Bolsonaro, em vez de comparecer às reuniões do bloco.

Argentina e Brasil em conflito no G20

As divergências ficaram ainda mais evidentes na atual cúpula do G20, sediada pelo Brasil. A delegação argentina se opôs a pautas consideradas quase consensuais, como igualdade de gênero, combate às mudanças climáticas e redução das desigualdades sociais. Essa postura dificultou a busca por um acordo para a declaração final do evento.

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