Vale sobe 3,5%: boas notícias da China e visões do JPMorgan para ação explicam ganhos

Logo da Vale (REUTERS/Washington Alves)

As ações da Vale (VALE3) registraram uma sessão de fortes ganhos nesta sexta-feira (17), com valorização de quase 3,5%, por uma conjunção de fatores, em meio a uma visão positiva para os ativos e a alta do minério de ferro. Os ativos subiram 3,46%, a R$ 54,49.

Nesta sexta, o contrato de maio do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) na China encerrou as negociações do dia com alta de 1,71%, a 803,5 iuanes (109,65 dólares) a tonelada, com aumento de 6,6% na semana. O movimento ocorreu por uma série de dados melhores do que o esperado da China, que impulsionou o sentimento por conta da visão de uma demanda do gigante asiático que permaneceu resiliente.

Ainda em destaque, o JPMorgan elevou as projeções para a mineradora. Com a dissolução de suas maiores incertezas nos últimos meses, avaliação atrativa e forte geração caixa, o banco reiterou recomendação de compra para a ação VALE3 e elevou o preço-alvo de R$ 77 para R$ 87. O novo preço-alvo representa um potencial de valorização de 65% em relação ao preço de fechamento da última quinta-feira (16), de R$ 52,67.

Ao analisar os últimos 6 meses para a Vale, o banco destaca que houve diversos fatores claramente positivos para a empresa que deveriam ter se traduzido em valorização do preço das ações. “O principal foi, obviamente, o acordo relacionado a Mariana, que colocou um ponto final em uma grande incerteza para a companhia”, comenta.

O time de análise do JPMorgan também aponta que houve uma transição ordenada na gestão e um acordo final sobre na renovação da concessão ferroviária da empresa. Além disso, a mineradora tem apresentado um bom desempenho, especialmente em seu negócio de minério de ferro, com uma produção sólida acompanhada por uma tendência de redução de custos. Ontem, a Cosan (CSAN3) decidiu vender as ações da Vale, resolvendo o último grande fator de pressão sobre as ações.

Os analistas também apontam a Vale como uma beneficiária do cenário de desvalorização do real, uma vez 100% de suas vendas são em dólares e aproximadamente 80% de seus custos C1 (da mina ao porto) são na moeda estrangeira. Isso significa que um real mais fraco se traduz em maior lucratividade para a empresa.

Segundo os cálculos, para cada 10 centavos de depreciação do real, a mineradora aumenta seu Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) em US$ 150 milhões.

Em termos de avaliação, a Vale está sendo negociada a 3,5 vezes Valor da Firma (EV)/EBITDA para 2025 e 3,3 vezes para 2026, enquanto os pares estão a 4,5 vezes para ambos os anos.

Apesar de todas essas melhorias e reduções de risco, as ações da Vale não apenas perderam valor, como também tiveram desempenho inferior ao dos pares, especialmente nos últimos 3 meses. Isso, na avaliação do JPMorgan, gerou uma grande desconexão, que representa uma oportunidade de compra para os investidores.

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