VÍDEO – Brasileiros deportados dos EUA por Trump denunciam terem sido torturados

Deportados pelos EUA passam a noite em Aeroporto em Manaus – Foto: Secom

O grupo de brasileiros deportados dos EUA que chegou algemado e acorrentado ao Brasil neste sábado (25) relatou que foi vítima de tortura e agressões físicas durante o processo de repatriação. O grupo de 88 pessoas chegou ao Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, em Manaus. Os agentes norte-americanos foram obrigados a soltar todos os brasileiros depois de ordens do presidente Lula — eles queriam manter os repatriados como “prisioneiros” até o destino final, em Belo Horizonte.

O governo brasileiro decidiu apresentar queixa formal ao governo dos EUA sobre a situação, e no limite pode recusar-se a receber novos voos se acordos bilaterais e convenções internacionais sobre direitos humanos não forem cumpridos.

Segundo Mario Henrique Andrade Mateus, de 41 anos, os agentes americanos usaram de violência até contra crianças. “Alguns rapazes mais novos começaram a ver as crianças passando mal, eles estavam falando para tirar as crianças. Os agentes dos Estados Unidos não queriam deixar a gente sair. Agrediram um dos meninos, derrubaram ele no chão e deram um chute nele”, afirmou.

Mario também descreveu que houve resistência por parte dos agentes americanos em liberar o grupo na chegada ao Brasil. “Após a chegada da Polícia Federal, depois de muita discussão, muita briga, com a presença da Polícia Federal, eles não queriam deixar a gente descer. O rapaz contou que apenas após a intervenção do superintendente-geral da PF o grupo foi retirado da aeronave.

Carlos Vinícius Jesus, de 29 anos, relatou à imprensa em Confins que os passageiros se rebelaram para evitar o pior. “Nós que nos rebelamos contra eles, porque eles iriam nos matar. O avião parou três vezes, lá em Luisiana, no Panamá e em Manaus. Nós que paramos o avião, senão ia cair tudo”, afirmou. Ele ficou oito meses preso nos EUA após tentar entrar no país pelo México em busca de melhores condições de vida.

Vitor Gustavo da Silva, de 21 anos, afirmou que o calor extremo na aeronave, devido à falha no ar-condicionado, levou os passageiros ao limite. “Eles bateram na gente porque a gente tava com calor e a gente não queria ficar preso no avião mais”, declarou.

Sandra Souza, de 36 anos, definiu o voo de volta como um “inferno”. “Foi um inferno, uma tortura. Desde que a gente saiu de Luisiana, deu para perceber que o avião estava com algum problema. Mesmo assim, eles forçaram. Acho que foi uma falta de compromisso deles”, contou. O grupo passou a noite em um espaço improvisado no aeroporto de Manaus, onde receberam colchões e água fornecidos pela prefeitura.

Ação do governo brasileiro

No sábado (25), a Força Aérea Brasileira (FAB) foi acionada para transportar os brasileiros até Belo Horizonte, Minas Gerais. A aeronave da FAB decolou no início da tarde, levando os deportados ao Aeroporto de Confins, onde foram recebidos pelas autoridades e profissionais de saúde.

O caso ocorre após a administração Trump ter intensificado as políticas de deportação, levando à repatriação de centenas de imigrantes ilegais, incluindo este grupo de brasileiros.

O governo brasileiro anunciou que vai se queixar a governo Trump pelo tratamento dado aos imigrantes brasileiros. A decisão foi tomada após o chanceler Mauro Vieira desembarcar em Manaus e ouvir detalhes do ocorrido. O Brasil avalia que houve violação de acordos bilaterais e exigirá explicações de Washington.

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