Volatilidade no dólar reduz com ajustes nas expectativas após posse de Trump

A primeira semana de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos trouxe movimentações significativas no mercado financeiro global. Nesse período, o dólar apresentou uma desvalorização notável frente a outras moedas, incluindo o real, que fechou nesta terça (28) cotado a R$ 5,86 (menor valor desde novembro), refletindo ajustes nas expectativas dos investidores sobre as políticas econômicas e comerciais da nova administração da Casa Branca.

A perspectiva de uma taxação menos agressiva para produtos chineses e a expectativa de manutenção das taxas de juros pelo Federal Reserve contribuíram para uma reconfiguração no fluxo cambial, com um maior ingresso em economias emergentes, como o Brasil.

Recuo nas tarifas sobre produtos chineses

Um dos principais fatores para o enfraquecimento do dólar foi a mudança de postura em relação à política comercial com a China. Durante a campanha presidencial, Trump mencionou a possibilidade de impor tarifas de até 60% sobre produtos importados do país asiático. Contudo, após conversas com o presidente chinês, houve uma sinalização de que a taxa poderia ser reduzida para 10%.

Essa postura mais moderada aliviou as tensões comerciais globais, reduzindo a busca por ativos considerados de segurança, como o dólar. Apesar do otimismo inicial, o cenário ainda permanece incerto, pois não houve confirmação oficial sobre a tarifa que será aplicada. Essa indefinição, combinada com a postura menos agressiva de Trump, gerou maior confiança nos mercados emergentes, impulsionando a valorização de suas moedas frente ao dólar.

Expectativa sobre a decisão do Federal Reserve

Outro ponto de atenção é a expectativa em torno da decisão do Federal Reserve (Fed) sobre as taxas de juros nos Estados Unidos. Apesar das declarações de Trump sugerindo cortes imediatos nas taxas de juros, o mercado projeta que o Fed deve manter os juros nos níveis atuais. A decisão será divulgada nesta quarta-feira (29) e tem gerado grande expectativa entre investidores.

A manutenção das taxas de juros contribuiu para reduzir a pressão sobre os mercados emergentes, como o Brasil, e favorece a entrada de capital estrangeiro em busca de melhores retornos. Esse movimento tem fortalecido o real frente ao dólar e ampliado a liquidez no mercado local.

Volatilidade nos contratos futuros de Dólar

No mercado brasileiro, a volatilidade nos contratos de minidólar (WDOG25), com vencimento em fevereiro, registrou queda de 2,74% na primeira semana do governo Trump. Os contratos, que abriram cotados a 6,080 na segunda-feira (20), dia da posse do 47° presidente dos EUA, fecharam a 5,918 na sexta-feira (24).

Nesta terça (28), terminaram em 5.864,50, representando uma queda de 5,47% desde o começo do ano. Essa desvalorização reflete o enfraquecimento global do dólar, combinado com o aumento da entrada de capital estrangeiro no Brasil. Até o dia 24, houve ingresso de R$ 3,1 bilhões no mercado secundário da B3.

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Perspectivas e oportunidades para o Trader

O cenário atual apresenta oportunidades significativas para traders de curto prazo, especialmente no mercado futuro de dólar. A volatilidade gerada pelas declarações de Trump e pela expectativa sobre a decisão do Fed cria janelas estratégicas para operações especulativas bem fundamentadas.

Nos próximos dias, o foco dos investidores continuará sendo as políticas comerciais de Trump e os desdobramentos da política monetária americana. A manutenção das taxas de juros, combinada com uma abordagem comercial menos agressiva, pode reforçar o ingresso de capital estrangeiro em mercados emergentes como o Brasil, consolidando a tendência de desvalorização do dólar frente ao real.

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