VÍDEO: Jovem que quase morreu ao cheirar pimenta trata úlceras de pressão; família pede ajuda em rifa

Familiares da trancista Thais Medeiros de Oliveira, de 27 anos, que teve uma crise grave de asma ao cheirar uma pimenta e quase morreu, promove uma rifa para ajudar a custear o tratamento dela. Eles obtiveram uma decisão judicial para que a Prefeitura de Goiânia, em Goiás, forneça um homecare para a jovem, mas a medida ainda não foi cumprida. Por enquanto, eles se desdobram para fazer os cuidados dos quais ela precisa, como um tratamento contra úlceras de pressão, popularmente conhecidas como escaras (veja no vídeo abaixo).

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“Pessoal, vocês sabem que a Thais tem algumas úlceras por pressão, que a gente chama de escaras, ela tem três lesões e já está em fase final de tratamento. Uma já fechou, a outra está fechando e a outra está um pouco mais aberta. Mas a gente vai começar um novo processo de tratamento, o material está chegando e daremos início a essa nova de fechamento”, explicou o padrasto da jovem, Sergio Alves.

Na sequência, a mãe de Thais, Adriana Medeiros, mostrou os vários produtos que são necessários para o tratamento das úlceras de pressão. Enquanto não obtém a ajuda do homecare, os cuidados diários ficam a cargo da genitora e do padrasto.

Como precisam se dedicar aos cuidados da jovem e das duas filhas dela, Antonella e Valentina, a mãe teve que deixar o trabalho como cabeleireira e a família necessita de ajuda para manter o tratamento. Eles estão promovendo uma rifa, cujo prêmio é um apartamento todo reformado, em Goiânia, que deve ser sorteada no próximo dia 22 de fevereiro. A postagem diz que, caso o ganhador não queira o imóvel, receberá R$ 150 mil no pix.

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Luta pelo homecare

Em novembro de 2023, uma decisão judicial determinou que a administração municipal incluísse Thais nos serviços da Equipes Multiprofissionais de Atenção Domiciliar (EMAD), com atendimento nas áreas de fisioterapia e enfermagem, além do serviço de transporte para consultas ou tratamentos em unidades de saúde.

Porém, a prefeitura alegou que a jovem não se enquadrava nos requisitos e não cumpriu a medida. A administração destacou que ofereceu acompanhamento domiciliar por meio visitas de equipe multidisciplinar de saúde, mas os parentes da jovem não aceitaram.

No último dia 16 de setembro, a família apresentou um recurso à Justiça Federal, para que a prefeitura fosse obrigada a fornecer o homecare e, em dezembro passado, obteve a decisão favorável, mas ela ainda não foi cumprida.

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O que diz a Prefeitura de Goiânia?

Em nota enviada ao Metro World News, a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia esclareceu “que o Sistema Único de Saúde (SUS) não reconhece nenhuma política pública de Home Care. Goiânia custeia, com recursos próprios, um serviço para pacientes que saem da UTI, vão para casa, e precisam de respiradores, ou seja, não conseguem respirar sozinhos, o que não é o caso da paciente em questão. Portanto, ela não se enquadra nos critérios de atendimento do serviço municipal e, por isso, o município recorreu da decisão”.

A pasta destacou, ainda, “que a decisão judicial existente é para que seja fornecida à paciente atenção domiciliar na modalidade AD2, que são visitas de equipe multidisciplinar de saúde, mas a modalidade não foi aceita pela família. A paciente já é assistida por esse serviço por uma equipe multidisciplinar do Crer”.

Por fim, a secretaria reiterou “que não há como disponibilizar profissional de enfermagem 24 horas, uma vez que a paciente não atende aos critérios do serviço que se destina à pacientes que necessitam de respiradores”.

Reação à pimenta

A trancista passou mal na tarde do dia 17 de fevereiro de 2023 durante um almoço na casa do namorado. O rapaz contou que ela cheirou a pimenta e, em seguida, começou a “perder as forças”. Ela foi levada às pressas até o Hospital Evangélico Goiano (HEG), onde foi constatado que sofreu um edema cerebral.

Ao chegar no hospital, a jovem sofreu uma parada cardiorrespiratória, quando ficou cerca de sete minutos sem pulso e 15 minutos sem oxigênio. Assim, ela foi sedada e intubada para evitar danos cerebrais. Depois, foi transferida para a Santa Casa de Anápolis, onde ficou na UTI.

Depois, foi transferida para um quarto, onde seguiu sua recuperação. No entanto, o diretor técnico da Santa Casa de Anápolis, Murilo Carlos Santana, ressaltou que o quadro dela era delicado.

Os médicos acreditam que a jovem sofreu uma crise de grave de asma ao cheirar a pimenta e, por conta da baixa circulação de oxigênio no cérebro, teve danos neurológicos. O condimento teria sido o gatilho.

A mãe da jovem havia dito que a filha sofria com bronquite desde que ficou grávida, mas ninguém sabia que ela poderia ter alguma reação à pimenta.

Desde o episódio, Thais teve várias idas e vindas ao hospital, sendo só em Unidades de Terapia Intensiva foram mais de 90 dias de internação.

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