Prêmios curtos sobem em dia de ajustes, mas DIs terminam semana abaixo de 15%

As taxas dos DIs de curto prazo fecharam a sexta-feira em alta, com investidores ajustando posições após o forte recuo visto depois da decisão do Banco Central sobre juros, enquanto as taxas longas cederam novamente, fechando a semana com perdas acumuladas de mais de 40 pontos-base.

A maior parte dos vértices da curva a termo terminou a semana com taxas inferiores a 15%.

No fim da tarde a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para julho de 2025 — um dos mais líquidos no curtíssimo prazo — estava em 14,12%, ante o ajuste de 14,09% da sessão anterior. Já a taxa do contrato para janeiro de 2026 marcava 14,925%, em alta de 7 pontos-base ante o ajuste de 14,853%.

Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2031 estava em 14,7%, em baixa de 9 pontos-base ante 14,786% do ajuste anterior, e o contrato para janeiro de 2033 tinha taxa de 14,64%, ante 14,764%.

Na véspera as taxas dos DIs haviam despencado em reação ao comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, de quarta-feira, e ao fechamento de mais de meio milhão de empregos formais em dezembro no país.

O comunicado do Copom foi considerado por boa parte do mercado dovish (brando) em relação à inflação, ao indicar alta de 100 pontos-base da taxa Selic em março, mas sem contratar novo aumento da mesma magnitude em maio.

Como a queda das taxas na quinta foi forte na ponta curta, nesta sexta-feira investidores realizaram lucros e recompuseram algumas posições compradas em taxa, em movimento de ajuste, conforme dois profissionais ouvidos pela Reuters.

“A alta de hoje tem muito a ver com a realização de lucros de investidores institucionais na ponta mais curta da curva”, avaliou Vitor Oliveira, sócio da One Investimentos.

O avanço das taxas curtas também abriu espaço para uma queda das taxas longas, com a curva desinclinando — algo normal de se esperar.

Este recuo no trecho longo da curva ocorreu em mais um dia de queda do dólar ante o real, após notícia da Reuters de que o presidente dos EUA, Donald Trump, deve impor tarifas ao México e ao Canadá apenas a partir de 1ª de março — e não imediatamente.

Para Oliveira, da One Investimentos, o nível do câmbio e o aquecimento do mercado de trabalho são dois dos principais fatores que o Banco Central observará até maio para decidir sobre o ritmo de elevações da Selic, hoje em 13,25% ao ano.

Após o Ministério do Trabalho e Emprego informar na véspera o fechamento de 535.547 vagas formais de trabalho em dezembro, nesta sexta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a taxa de desemprego ficou em 6,2% no trimestre até dezembro, de 6,4% nos três meses até setembro. A leitura ficou pouco acima da expectativa em pesquisa da Reuters, de 6,1%.

Na B3, o mercado de opções de Copom precificava na quinta-feira 87% de probabilidade de o colegiado elevar a Selic em 100 pontos-base em março — como inclusive foi reforçado no comunicado de quarta-feira. Para a reunião de maio, no entanto, as opções precificavam cerca de 30% de probabilidade de elevação de 50 pontos-base, 27% de chance de alta de 75 pontos-base e 24% de probabilidade de aumento de 100 pontos-base.

Na manhã desta sexta-feira, sem efeitos maiores sobre a curva, o Banco Central informou que o setor público consolidado registrou um superávit primário de 15,745 bilhões de reais em dezembro, acima dos 10,2 bilhões de reais esperados por economistas ouvidos pela Reuters. A dívida pública bruta do Brasil como proporção do PIB chegou a 76,1% em dezembro, de 77,7% no mês anterior.

No exterior, às 16h37, o rendimento do Treasury de dez anos — referência global para decisões de investimento — subia 4 pontos-base, a 4,555%.

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