Damares, que tentou impedir aborto de criança estuprada, presidirá Comissão de Direitos Humanos do Senado

A senadora bolsonarista Damares Alves. Foto: reprodução

A senadora Damares Alves (Republicanos-DF), conhecida por seu protagonismo no caso de uma menina de 10 anos, vítima de estupro, que teve seu direito ao aborto legal ameaçado por um “movimento”, foi confirmada neste sábado (1) como presidente da Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado.

À frente da comissão responsável por analisar projetos sociais e voltada à defesa de direitos fundamentais, Damares afirmou à GloboNews que pretende direcionar os trabalhos para a infância e a proteção dos idosos. A ex-ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos no governo Bolsonaro assume um posto estratégico.

A presidência da CDH foi entregue ao Republicanos, partido que conta com quatro senadores, dentro da lógica de distribuição proporcional das comissões no Senado. Embora seja necessária uma eleição formal, na prática, a escolha segue acordos previamente estabelecidos entre os partidos.

A definição ocorre paralelamente à reorganização das lideranças do Congresso, com Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União-AP) como favoritos à presidência da Câmara e do Senado, respectivamente. Alcolumbre, um dos principais articuladores da divisão das comissões, também ajudou a consolidar outra posição estratégica para a oposição ao governo Lula: o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) deve assumir a Comissão de Segurança Pública.

A Comissão de Direitos Humanos foi anteriormente presidida por Paulo Paim (PT-RS). Além disso, o presidente da comissão tem poder para pautar ou barrar requerimentos de convocação de ministros do governo, podendo influenciar diretamente no andamento de temas sensíveis ao Executivo.

Entre outras patacoadas, Damares espalhou, em 2022, a fake news sobre práticas sexuais bizarras envolvendo crianças de 3 e 4 anos, que seriam traficadas para fora do país a partir da ilha de Marajó, no Pará. Ela também relatou que “nos últimos sete anos explodiu o número de estupros de recém-nascidos”, acrescentando que o ministério teria imagens de crianças de 8 dias sendo estupradas. Nunca mostrou as fotos porque elas nunca existiram.

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