Petrobras, tarifas de Trump, indústria no Brasil e nos EUA: os destaques desta 2ª

B3 Bovespa Bolsa de Valores de São Paulo (Germano Lüders/InfoMoney)

O mercado financeiro inicia o primeiro dia útil de fevereiro com o Ibovespa próximo dos 127 mil pontos, após uma sequência de altas. Analistas do Itaú BBA apontam que o índice entra em sua primeira tendência de alta de 2025 no curto prazo, com potencial para avançar até 127.400, 130.900 e 137.469 pontos, máxima histórica registrada em 2021. A avaliação é baseada na melhora do fluxo de investidores e na recuperação de setores-chave da bolsa.

Nesta segunda-feira (3), o dia começa com a divulgação do Boletim Focus, às 8h25, trazendo projeções econômicas atualizadas. Às 10h, será publicado o PMI da indústria de janeiro. No campo corporativo, após o fechamento dos mercados, a Petrobras divulgará seu relatório produção e vendas do quarto trimestre de 2024.

Nos Estados Unidos, os investidores acompanham o PMI industrial, às 11h45, seguido pelos dados de gastos com construção e o ISM da indústria, ambos às 12h. Além disso, o presidente do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) de Atlanta, Raphael Bostic, fala sobre as perspectivas econômicas, nesta segunda.

Enquanto isso, os mercados globais operam em baixa, depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, impôs tarifas sobre o Canadá, México e China no fim de semana. Temores de que a medida aumente as pressões sobre os preços também impulsionaram a alta nos rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA de dois anos.

O que vai mexer com o mercado nesta segunda

Agenda

O presidente Lula inicia sua agenda às 9h com uma reunião no Palácio do Planalto com o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira. Às 10h, recebe o presidente do Senado Federal, senador Davi Alcolumbre, o presidente da Câmara dos Deputados, deputado Hugo Motta, e o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha. Às 14h, participa da Sessão Solene de Abertura do Ano Judiciário de 2025, no plenário do Supremo Tribunal Federal. Já às 16h, volta ao Palácio do Planalto para uma reunião com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, e o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira. Encerrando o dia, às 17h, encontra-se com o ministro da Educação, Camilo Santana, e a presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Fernanda Pacobahyba.

Brasil

8h25 – Focus (semanal)

10h – PMI de indústria (janeiro)

EUA

11h45 – PMI de indústria (janeiro)

12h – Gastos com construção (dezembro)

12h – ISM de indústria (janeiro)

Zona do Euro

7h – inflação preliminar (janeiro)

Internacional

Tarifas

O presidente dos EUA, Donald Trump, assinou no último sábado uma ordem implementando uma tarifa de 25% sobre importações do México e Canadá, e uma tarifa de 10% sobre produtos da China. As tarifas dos EUA, que entram em vigor na terça-feira, afetarão US$ 1,3 trilhão em produtos, ou mais de 40% de todas as importações dos EUA.

Em reação ao anúncio dos EUA, o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, anunciou uma tarifa de retaliação de 25%, enquanto a líder mexicana, Claudia Sheinbaum, prometeu impor impostos retaliatórios. Já o Ministério do Comércio da China declarou que adotará “contramedidas correspondentes”, sem fornecer detalhes, e afirmou que apresentará uma queixa à Organização Mundial do Comércio (OMC).

Corte de juros

O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de Chicago, Austan Goolsbee, afirmou que o mercado de trabalho dos EUA está próximo do pleno emprego, sem urgência para cortes de juros. Ele destacou que a inflação caminha para a meta de 2%, com expectativas ancoradas.

Goolsbee alertou que incertezas políticas podem confundir sinais para o Fed e mencionou preocupações da indústria automotiva sobre tarifas planejadas por Trump.

Economia

Diesel

A Petrobras (PETR3; PETR4) anunciou um aumento de mais de 6% no preço médio do diesel para distribuidoras, fixando-o em R$ 3,72 por litro a partir de sábado. Este é o primeiro reajuste em mais de um ano.

O último ajuste ocorreu em 27 de dezembro de 2023, quando a estatal reduziu o preço em 7,9%. O repasse ao consumidor final depende de impostos, biodiesel e margens de lucro.

O mercado brasileiro também conta com refinarias privadas e importações para suprir a demanda.

Safra de café

As chuvas abundantes após a pior seca já registrada melhoraram as condições dos cafezais no Brasil, reduzindo o impacto negativo na produção.

A safra de 2025 ainda deve ser menor que a de 2024 e distante do recorde de 70 milhões de sacas de 2020, mas não tão ruim quanto o previsto.

Especialistas apontam que os grãos terão bom tamanho, o que melhora o rendimento da conversão. Revisões das estimativas estão em andamento.

Taxa real de juros

O Brasil passou a ter a maior taxa real de juros do mundo, atingindo 9,18%, segundo Jason Vieira, do site MoneYou.

A elevação da Selic para 13,25% e o corte nos juros argentinos de 9,36% para 6,14% impulsionaram essa posição.

O Comitê de Política Monetária (Copom) sinalizou nova alta de 1 ponto percentual em março, podendo levar a Selic a 15% até maio.

Correios

Os Correios estão passando por um plano de reestruturação para recuperar a lucratividade, segundo o presidente da estatal, Fabiano Santos.

A empresa registrou o maior déficit entre as estatais federais em 2023, com prejuízo de R$ 3,2 bilhões, reflexo de precatórios e falta de modernização.

Fabiano destacou que a universalização dos serviços postais gera custos elevados e que a estatal sofreu com anos de sucateamento e falta de investimentos em tecnologia.

Para reverter o quadro, a empresa aposta na revisão de contratos, relicitações e ampliação da atuação no setor logístico, buscando tornar-se mais eficiente e sustentável.

Boletos

A partir desta segunda-feira (3), os boletos poderão ser pagos não apenas por código de barras, mas por meio de outros instrumentos, como o Pix. Entra em vigor resolução aprovada pelo Banco Central (BC) em dezembro que moderniza o tradicional boleto bancário.

Política

Novo presidente do Senado

O senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) foi eleito presidente do Senado para os próximos dois anos. Alcolumbre conquistou 73 dos 81 votos no plenário do Senado e confirmou as expectativas de que ganharia com facilidade.

Novo presidente da Câmara

O deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) foi eleito presidente da Câmara dos Deputados para os próximos dois anos, com 444 votos. Três candidatos tinham oficializado a intenção de disputar a presidência da Casa: além de Motta, Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ) e Marcel van Hattem (Novo-RS) se candidataram. van Hattem teve 31 votos e Vieira contou com 22, enquanto 2 votos foram em branco.

Emendas

Os novos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), devem se reunir o ministro Flávio Dino, relator no STF das emendas parlamentares, para resolver o impasse em torno do tema ainda neste mês, conforme reportagem do jornal O Globo.

Pacheco no Mdic

O senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) deve se tornar o novo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), segundo reportagem do jornal Valor.

Judiciário

Os tribunais superiores retomam suas atividades nesta segunda-feira (3) após o recesso forense do Poder Judiciário. A abertura do ano judiciário será marcada por sessões solenes em cada tribunal, sem julgamentos, apenas com discursos dos ministros para oficializar o início dos trabalhos.

Inelegibilidade

Jair Bolsonaro (PL) voltou a criticar sua inelegibilidade na sexta-feira (31), mas evitou comentar se acredita na reversão da pena e um possível “plano B” para 2026. Em entrevista, disse que as decisões do TSE são “negações à democracia” e comparou o caso à Venezuela.

Bolsonaro não descartou candidaturas de Eduardo, Flávio ou Michelle Bolsonaro. Também criticou Marcos Pontes (PL-SP) por manter candidatura ao Senado contra a orientação do partido.

Ele afirmou que o PL apoiará Davi Alcolumbre e que o partido pode ganhar espaço no Senado. Também expressou apoio a Carla Zambelli (PL-SP), cassada pelo TRE-SP.

(Com Reuters e Estadão Conteúdo)

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