VÍDEOS: canadenses vaiam hino dos EUA em partidas esportivas contra ‘tarifaço’ de Trump

Torcedores vaiaram o hino nacional dos EUA durante partidas de hóquei no gelo durante o fim de semana após o anúncio de tarifas pelo presidente dos EUA, Donald Trump – Foto: Reprodução

Canadenses demonstraram indignação contra as novas tarifas impostas pelo governo de Donald Trump ao vaiar o hino dos Estados Unidos em eventos esportivos. O protesto aconteceu inicialmente em uma partida da Liga Nacional de Hóquei (NHL) e voltou a se repetir durante o jogo entre Toronto Raptors e Los Angeles Clippers pela NBA. As vaias foram intensas e quase abafaram a apresentação cantor que entoava o hino antes do jogo.

A insatisfação dos canadenses é resultado do anúncio de Trump sobre tarifas de 25% sobre importações do Canadá para os Estados Unidos, além de uma taxa adicional de 10% aplicada ao setor energético. A medida causou forte repercussão, pois o Canadá é um dos principais parceiros comerciais dos EUA e um aliado histórico em diversas frentes. Muitos veem a ação como uma provocação direta e um sinal de que a relação entre os dois países pode se tornar ainda mais tensa.

As tarifas entram em vigor na terça-feira (4/2) e especialistas já alertam para o impacto na economia de ambos os países. Economistas preveem um aumento significativo nos custos de produtos básicos tanto para os canadenses quanto para os americanos, incluindo gasolina e alimentos. A decisão de Trump foi criticada por líderes políticos no Canadá, que consideram a medida um ataque econômico injustificado.

O primeiro-ministro Justin Trudeau reagiu de forma contundente, afirmando que o país está preparado para lidar com as consequências dessa nova política comercial. “Muitos entre nós serão afetados por isso, e teremos alguns momentos difíceis. Peço que estejam lá, uns pelos outros”, declarou Trudeau em um discurso no sábado (1/2). O premiê reforçou que seu governo buscará respostas estratégicas para minimizar os danos e proteger a economia nacional.

A população canadense não demorou a responder ao anúncio de Trump. Diversas campanhas de boicote a produtos americanos surgiram nas redes sociais, incentivando os consumidores a priorizar itens fabricados no Canadá. Em Toronto, um supermercado começou a rotular produtos nacionais para facilitar a escolha dos clientes. Além disso, há relatos de turistas que cancelaram viagens para os Estados Unidos em protesto.

Um dos casos mais comentados foi o do escritor canadense Seth Klein, que anunciou ter desistido de uma viagem em família aos EUA que aconteceria em março. “Ontem, em resposta às tarifas de Trump, cancelamos nossa viagem das férias em família para os EUA. Levamos um pequeno prejuízo no cancelamento das passagens de trem, mas isso precisava ser feito”, escreveu Klein na rede social Bluesky.

Líderes da oposição também condenaram a medida. Pierre Poilievre, líder do Partido Conservador, classificou as tarifas como “massivas, injustas e injustificadas”. Ele lembrou que o Canadá sempre esteve ao lado dos Estados Unidos em guerras e momentos críticos da história, questionando a lógica de Trump ao impor restrições comerciais ao país vizinho.

Como resposta, o Canadá já planeja medidas de retaliação. Algumas províncias anunciaram a retirada de bebidas americanas das prateleiras, e o governo federal deve implementar novas tarifas sobre uma série de produtos vindos dos EUA. A lista inclui roupas, equipamentos esportivos, vegetais e perfumes, totalizando cerca de US$ 105 bilhões (R$ 613 bilhões) em produtos tarifados.

A relação comercial entre os dois países sempre foi crucial para a economia canadense, e especialistas apontam que o impacto das novas tarifas pode ser devastador. A consultoria TD Economics projeta que, caso as taxas permaneçam por mais de seis meses, o Canadá pode entrar em recessão, com um aumento significativo no desemprego e desaceleração da economia.

Diante da incerteza, Trudeau destacou que o Canadá buscará alternativas para lidar com as sanções impostas por Trump, mas deixou claro que o país não aceitará esse tipo de pressão sem reação. “Preferimos resolver nossas disputas com diplomacia. Mas estamos prontos para lutar quando necessário”, concluiu o primeiro-ministro, indicando que a tensão comercial entre os dois países pode se prolongar nos próximos meses.

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