Inflação do ovo atormenta os EUA. A culpa é da gripe aviária

“O que está acontecendo com os ovos?”, perguntou recentemente em uma publicação nas redes sociais o The New York Times, ao analisar a escalada de preços no país de um doas mais importantes itens da dieta dos americanos. Um série de eventos, sendo o mais importante o grave surto de gripe aviária (H5N1) em várias regiões.

A escalada se intensificou nos últimos meses: a dúzia chegou aos consumidores a US$ 4,25 (cerca de R$ 24), em média, no final de 2024, uma alta anual  de 65%. A inflação de alimentos nos EUA no ano passado foi de 2,5%.

Para este ano, o Departamento de Agricultura (USDA, na sigla em inglês), estima uma lata de mais de 20%, ante uma inflação geral de produtos por volta de 2,2%.

Nos últimos três anos, a gripe aviária foi relatada em mais de 153 milhões de aves em 628 condados e em todos os 50 estados americanos, de acordo com dados do Centro de Controle de Doenças (CDC). As aves infectadas têm sido abatidas nos EUA para evitar a propagação do vírus, que já foi diagnosticado em dezenas de pessoas e levou à morte de uma pessoa.

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A crise já teve implicações políticas. Em sua primeira coletiva de imprensa, a nova secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, adotou o estilo do presidente recém-empossado Donald Trump e respondeu a uma pergunta sobre o caso acusando as “políticas inflacionárias” do ex-presidente Joe Biden.

Ela criticou a gestão anterior e o USDA por terem praticado “o assassinato em massa de mais de 100 milhões de galinhas, o que levou à falta de oferta de ovos”.

Essa preocupação da nova gestão não é infundada, uma vez que as redes sociais dos EUA agem como as do Brasil, apontando o dedo para a administração federal atual e anterior a qualquer oscilação de preços.

A indústria de memes também é parecida. Curiosamente, em uma deles foi usada a imagem da Nazaré Confusa, a vilã interpretada pela atriz Renata Sorrah na novela global “Senhora do Destino”.

Há uma grade preocupação com os efeitos que a continuidade da crise sanitária podem gerar em toda a cadeia de alimentação nos EUA porque restaurantes, padarias e outros comércios do tipo pagam preços ainda maiores no atacado, onde a dúzia de ovos já chegou a ultrapassar os US$ 8,00 (cerca de R$ 46) em algumas regiões.

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Nesta semana, a Waffle House, uma rede de um café da manhã mais barato com mais de 2 mil lojas no país, anunciou uma sobretaxa de US$ 0,50 por ovo pedido, aplicada a todos os seus menus. O café da manhã de dois ovos do restaurante, que vem com torradas, passou para US$ 7,75 na terça-feira (4).

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