Café arábica atinge US$ 4 por libra-peso pela primeira vez

Os contratos futuros de café arábica em Nova York atingiram nesta quarta-feira a marca de US$ 4 por libra-peso pela primeira vez, estabelecendo um recorde de alta de preços pela décima sessão consecutiva, em meio a compras contínuas de especuladores em um mercado com oferta limitada.

Os contratos futuros do café arábica na bolsa ICE, considerada referência global de preços, subiram 3,8%, fechando em US$ 3,9775 por libra-peso, depois de terem ultrapassado mais cedo o nível de US$ 4 por libra-peso, atingindo o recorde histórico de US$ 4,011.

“O que muitos pensavam ser apenas conversa se tornou realidade. O café está fazendo história”, disse um trader sobre a marca de US$ 4 por libra-peso.

“É um pouco de tudo: especuladores comprando, torrefadores jogando a toalha e traders levantando hedges”, disse Tomas Araujo, corretor da StoneX.

As tradings geralmente protegem suas operações de fornecimento de café nos países produtores adicionando posições vendidas nos mercados de futuros. Quando os preços têm forte alta como no momento, os traders podem optar por “levantar” seus hedges, uma operação que envolve a compra de contratos, o que exacerba ainda mais o movimento de alta dos preços.

Agentes de mercado também estão preocupados com a possibilidade de o presidente dos EUA, Donald Trump, impor tarifas comerciais aos países sul-americanos que são importantes produtores de café.

O café robusta, uma variedade geralmente mais barata e amplamente utilizada para fazer café instantâneo, subiu 1,8%, para US$ 5.646 a tonelada. O contrato atingiu US$ 5.840 na semana passada, o preço mais alto desde que começou a ser negociado em 2008.

Já os futuros do açúcar bruto subiram 0,5% nesta quarta-feira, para 19,76 centavos de dólar por libra-peso, depois de terem atingido mais cedo o maior valor desde 6 de janeiro, 19,78 centavos.

Comerciantes disseram que os exportadores do Brasil, maior produtor mundial de açúcar, não estão com pressa de vender, já que o real está se fortalecendo, reduzindo os retornos em termos de moeda local.

Olhando para o futuro, entretanto, a expectativa é de que o balanço global de açúcar mude para um pequeno superávit na temporada 2025/26, com o aumento da produção, disse a Green Pool.

O açúcar branco subiu 0,3%, para US$ 528,30 a tonelada.

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