O fascismo se expande e os líderes mundiais se acovardam. Por Moisés Mendes

Donald Trump, recém-eleito presidente dos EUA – Foto: Reprodução

Por Moisés Mendes, em seu blog

Para que serve dizer que Trump é o novo Hitler? Não serve para quase nada. Serve apenas para nos consolar e nos acalmar com a repetição de uma frase lacradora: Trump pode ser pior do que Hitler. Só isso.

Mesmo assim, o que mais se ouve e se lê é que Trump é o líder do novo neonazismo. Porque as esquerdas mundiais são capazes de produzir definições categóricas para o que é neofascismo e neonazismo, mas incapazes de produzir ação política.

Por isso, em busca de definições, dizem que Trump poderá cometer crime de guerra com o aviso de que pretende roubar Gaza dos Palestinos. Não é crime de guerra, como aparece nas manchetes dos jornais. É crime de lesa humanidade.

Os Estados Unidos não estão em guerra direta com os palestinos. São os ‘ajudantes’ e patrocinadores do governo israelense na destruição de Gaza e na matança do seu povo.

O crime de lesa humanidade pode existir mesmo sem guerra entre as partes envolvidas e pode ser caracterizado, entre outros delitos, pela ameaça de expulsão de uma população do seu território. É uma informação básica que qualquer estagiário de Direito sabe.

É esse o crime. Trump quer se aproveitar da guerra para se apoderar dos territórios dos palestinos, mesmo não sendo parte direta no massacre genocida levado adiante pelos assassinos de Israel.

Trump quer grilar as terras de Gaza, para que seus amigos reconstruam tudo, num paraíso de mafiosos, bacanas e especuladores brancos, sem palestinos por perto. E o mundo não reage porque não há vontade nem capacidade de reação a mais nada.

Palestinos andam entre os escombros na Faixa de Gaza – Foto: Khalil Ramzi/Reuters

Por isso Trump anuncia, com a maior naturalidade, que os Estados Unidos vão roubar Gaza dos palestinos, com ou sem intervenção direta de soldados americanos. E seu aviso passa a ser debatido como se fosse apenas uma controvérsia, porque o mundo é habitado hoje por uma maioria de covardes.

A energia que mais circula pelo mundo, depois do ódio, da xenofobia, da morte e da destruição, é a da omissão, do distanciamento e da covardia. A covardia é contagiante.

Os líderes mundiais são covardes, principalmente na Europa. A ONU tem um secretário-geral humanista, o português Antonio Guterres, mas é uma organização covarde e sem serventia, principalmente nas urgências.

O mundo árabe, com as exceções conhecidas, é majoritária e miseravelmente covarde. O jornalismo americano, que denunciou as crueldades no Vietnã e foi decisivo para interromper a guerra, hoje é assumidamente covarde.

Trump sabe que o neonazismo pode avançar porque a covardia, inclusive a do sistema de Justiça americano, que o protege, apesar da bravura de juízes de exceção, é a marca do século 21.

Trump aprimora e expande suas crueldades porque os líderes de um mundo em desalento desistiram de resistir e se acovardaram, ao contrário do que aconteceu quando o inimigo era Hitler.

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