Livros gerados por IA assustam escritores e profissionais do setor criativo

Capa do livro “Tech-Splaining for Dummies”, atribuído à jornalista Zoe Kleinman, mas inteiramente escrito por inteligência artificial (IA) – Foto: Reprodução

O uso da inteligência artificial (IA) na criação de livros tem gerado apreensão entre profissionais criativos. Um exemplo recente foi o livro “Tech-Splaining for Dummies”, que leva o nome e a foto da jornalista Zoe Kleinman na capa, mas foi completamente escrito por IA.

A obra foi encomendada por uma amiga como presente e imita o estilo da jornalista, mas apresenta repetições e um tom prolixo, levantando questionamentos sobre a capacidade da tecnologia de substituir escritores humanos.

Empresas como a ‘BookByAnyone’ já oferecem serviços de geração de livros personalizados com IA. O CEO da empresa, Adir Mashiach, afirma que já vendeu cerca de 150 mil exemplares desde junho de 2024, principalmente nos EUA. A companhia usa modelos de linguagem baseados em código aberto para criar os textos, permitindo que qualquer pessoa encomende um livro com seu nome na capa, sem a necessidade de escrever uma única linha.

A possibilidade de que a IA substitua autores de livros, roteiristas e jornalistas tem preocupado a indústria criativa. “Devemos falar abertamente — quando falamos sobre dados, aqui, na verdade queremos dizer trabalhos da vida de criadores humanos”, disse Ed Newton-Rex, fundador da ‘Fairly Trained’, organização que defende os direitos autorais no treinamento de IA. Segundo ele, essas ferramentas dependem de conteúdos originais de escritores, músicos e artistas para aprender a produzir textos, músicas e artes similares.

A polêmica em torno da IA gerativa também atingiu a música. Em 2023, uma canção que usava vozes artificiais dos cantores Drake e The Weeknd viralizou nas redes sociais antes de ser retirada das plataformas.

O cantor The Weeknd – Foto: Reprodução

O caso chamou a atenção para os riscos do uso de tecnologia sem autorização dos artistas originais. O mesmo tipo de preocupação se aplica a roteiros, colunas jornalísticas e até pinturas geradas por IA.

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