Racional da tarifa de Trump parece ser buscar reciprocidade na exportação, diz Megale

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É a terceiro início de semana seguido que o mercado começa tenso. Há duas semanas, o aplicativo chinês de inteligência artificial, DeepSeek, abalou o mercado de tecnologia americano.

Há uma semana, foi a vez do mercado ser sacudido com o anúncio por Donald Trump de taxas de importação para o Canadá e México, depois retiradas temporariamente, e para os produtos chineses. Neste final de semana, o novo presidente dos Estados Unidos afirmou que deve anunciar tarifa de importação para o aço e alumínio em 25%.

Brasil mal posicionado

“Esse é um produto que pega em particular o Brasil”, destaca o economista-chefe da XP, Caio Megale, que comandou nesta segunda-feira (10) o programa Morning Call da XP. Para ele, Trump aparenta observar com atenção os países que tarifam produtos americanos.

“O racional (dos EUA) parece ser em busca de reciprocidade. O presidente Trump olha os países que tarifam exportações dos Estados Unidos e, com isso, busca criar tarifas na mesma proporção”, afirmou.

“O Brasil está mal posicionado nesse sentido. O Brasil tem tarifas de importação relativamente elevadas de diversos produtos e as taxas (de exportação) para os Estados unidos não são tão elevadas assim. Por esse prisma, o Brasil tende a estar no foco na política comercial dos Estados Unidos”, ressaltou.

Mas o economista-chefe lembra que o Brasil exporta pouco para os Estados Unidos se for contabilizar os produtos individualmente. “É um parceiro comercial grande – 15% a 16% do que exporta vai para os Estados Unidos -, mas as exportações do Brasil são relativamente diversificadas”, destacou.

Problema micro

“Se somar tudo ali ligado a aço, dá mais ou menos US$ 6 bilhões exportados ano passado”, citou. Para Caio Megale, US$ 6 bilhões para as exportações brasileira é um valor relativamente baixo dentro do total – as exportações do Brasil em 2024 somaram US$ 337 bilhões.

“O impacto macroeconômico não é nada. Mas no micro pode ser relevante”, afirmou. Segundo ele, as empresas que estão envolvidas no comércio de aço podem ter impacto “relevante”.

“A guerra comercial de Trump não foi efetivamente implementada. As tarifas estão mais na ameaça e na negociação, mas todo dia dá uma chacoalhada no mercado”, complementou.

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