Tarifaço de Trump deve reduzir produção, afetar empregos e pressionar dólar no Brasil

Produção siderúrgica em operação: setor no Brasil enfrenta desafios após decisão dos EUA de impor tarifa de 25% sobre o aço importado – Foto: Reprodução

A decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma taxa extra de 25% sobre o aço brasileiro pode causar impactos significativos na economia nacional. A medida deve pressionar a indústria siderúrgica, que precisará encontrar novos mercados para escoar a produção, sob risco de reduzir a atividade e demitir trabalhadores.

Os EUA são os maiores compradores do aço brasileiro, representando quase metade das exportações do setor. Com a tarifa, as siderúrgicas precisarão direcionar o excedente para outros países, como China e nações da União Europeia, o que exigirá forte articulação comercial e diplomática. “A realocação desse volume é um desafio enorme”, afirma Jorge Ferreira dos Santos Filho, professor de Finanças e Governança Corporativa da ESPM.

A demanda interna dificilmente absorverá o volume excedente, pois setores como a construção civil e a indústria automobilística já enfrentam dificuldades. “O mercado interno de aço está desaquecido”, explica o economista Rafael Passos. Sem alternativas viáveis, o país pode sofrer uma queda na produção e consequentes cortes de empregos na indústria siderúrgica.

Impacto no dólar

A desvalorização do real frente ao dólar é outro efeito esperado. “A redução das exportações de aço diminuirá a entrada de dólares no Brasil, o que pode levar a uma alta da moeda americana”, alerta Santos Filho – a incerteza cambial impacta diversos setores, principalmente aqueles que dependem de insumos importados, como o de tecnologia e combustíveis.

Cédulas de dólar
Cédulas de dólar – Foto: Agência Brasil

Enquanto algumas empresas sentirão o impacto direto da tarifa, como Usiminas e CSN, outras podem se beneficiar. A Gerdau, por exemplo, tem fábricas nos Estados Unidos e conseguirá manter sua competitividade no mercado americano. No entanto, fornecedores da cadeia siderúrgica e indústrias que utilizam aço como matéria-prima também devem enfrentar dificuldades.

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