Dia Internacional da Internet Segura busca prevenir a violência nas escolas

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No Dia Internacional para uma Internet Segura, comemorado nesta terça-feira (11), a reflexão sobre a segurança digital e sua relação com o ambiente escolar se torna ainda mais relevante. Criado em 2003, o dia busca promover uma internet mais segura, especialmente para crianças e adolescentes. Em Minas Gerais, a data coincide com a volta às aulas nas escolas do estado, trazendo à tona a urgência de se monitorar os hábitos on-line dos estudantes, especialmente em tempos que a preocupação com a violência nas escolas cresce.

Dados recentes indicam um aumento significativo nos ataques a escolas, com mais da metade dos incidentes fatais no Brasil ocorrendo desde 2019. Segundo a Campanha Nacional pelo Direito à Educação, 16 ataques ocorreram apenas em 2022, com quatro deles no segundo semestre. Além das vítimas fatais e feridas, esses crimes deixam traumas psicológicos profundos em todos os envolvidos. O fator comum entre muitos desses ataques é o uso da internet para planejar e incitar atos violentos.

Embora o crescimento desses ataques seja alarmante, a ação coordenada das autoridades tem gerado resultados positivos. O promotor de Justiça André Salles destaca que, em 2023, todos os autores de ameaças a escolas em Minas Gerais que chegaram ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado e Cibercrime (Gaeciber) foram identificados antes que os planos se concretizassem. A rapidez na identificação se deve, em grande parte, à colaboração da comunidade. Denúncias de escolas, pais e até colegas de alunos ajudam as autoridades a agirem com eficiência. Salles alerta sobre a importância de avisar as autoridades imediatamente ao perceber qualquer ameaça, para que ações preventivas possam ser tomadas.

A colaboração de adolescentes para cometer atos de violência é um processo muitas vezes silencioso, facilitado pela internet. Criminosos, distantes fisicamente, utilizam o anonimato on-line para explorar a vulnerabilidade de jovens, preenchendo momentos de solidão com propostas de envolvimento em atividades extremistas. “Embora os pais protejam seus filhos de perigos no mundo físico, muitos não estão atentos ao que seus filhos fazem on-line. Deixar um adolescente navegar livremente na internet sem supervisão pode ser tão perigoso quanto deixá-lo frequentar lugares nocivos na vida real”, alerta Salles.

Estudos indicam que os jovens cooptados para a violência geralmente apresentam mudanças de comportamento, como interesse por episódios de massacres e discursos racistas. Em muitos casos, essas mudanças são sinais claros de sofrimento psicológico. A Campanha Nacional pelo Direito à Educação enfatiza que jogos interativos e fóruns on-line se tornaram os espaços preferidos para criminosos aliciarem adolescentes. Os aliciadores, muitas vezes, se utilizam de humor disfarçado de mensagens prejudiciais, espalhando ideologias extremistas e incitando violência.

Para identificar esses sinais precocemente, o Ministério Público do Rio Grande do Sul desenvolveu o projeto Sinais, que alerta para mudanças repentinas de comportamento em adolescentes, como o distanciamento da família e o interesse por temas violentos. Educadores e famílias precisam estar atentos a esses sinais e, ao perceber qualquer comportamento suspeito, buscar ajuda imediatamente. A participação ativa de toda a comunidade escolar, junto a uma atuação eficiente das autoridades, é fundamental para criar um ambiente seguro e acolhedor para as crianças e adolescentes.

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