Confira a estreia de seis atores na direção

Em cartaz na capital mineira, o excelente “A Verdadeira Dor” (“A Real Pain”) marca a estreia na direção do ator Jesse Eisenberg. Aos 41 anos, Eisenberg se tornou conhecido pela atuação em filmes como “A Rede Social” (na qual interpretou Mark Zuckenberg) ou, sob a batuta de Woody Allen, em “Café Society” e “Para Roma com Amor”. Em “A Verdadeira Dor”, o nova-iorquino não só debuta como diretor como assina o roteiro e também interpreta o personagem principal. O filme, vale dizer, está no páreo do Oscar, nas categorias Ator Coadjuvante (Kieran Culkin) e Roteiro Original.

Mas não, Jesse Eisenberg não é o único que, recentemente, se sentiu impelido a se arriscar por detrás das câmeras. A fofa Anna Kendrick seguiu o mesmo caminho: está ali, no catálogo Netflix, o filme de true crime “A Garota da Vez”, que não nos deixa mentir. Listamos, a seguir, a première desses e de outros atores no tríduo “luzes, câmera, ação” – ou seja, na direção.

“A Verdadeira Dor” – Estreia de Jesse Eisenberg na direção

Dois primos de temperamentos muito (mas muito) distintos – David Kaplan (Jesse Eisenberg) e Benji Kaplan (Kieran Culkin) – se encontram no aeroporto para embarcar para a Polônia, terra de sua avó. Já no país, eles se incorporam a um pequeno grupo de turistas, cada um com a sua razão particular para visitar lugares que se conectam a um passado de sofrimento inenarrável para o povo judeu. No meio deste percurso, as diferenças entre os dois se tornam cada vez mais evidentes (há um lado irritante em Benji), ao mesmo tempo que a conexão entre eles surpreende. Um filme sensível, mas, ao mesmo tempo, com bons momentos de humor, mesmo que a narrativa esteja pisando em um terreno arenoso, opção de Eisenberg, também autor do roteiro. Uma ótima surpresa rever Jennifer Grey (“Dirty Dancing” e “Curtindo a Vida Adoidado”), assim como o elenco contar com Will Sharpe (da segunda temporada de “White Lotus”).

“Kasa Branca” – Estreia do ator Luciano Vidigal na direção de longa ficcional

No Festival do Rio, Luciano Vidigal tornou-se o primeiro diretor negro a vencer na principal competição de longas de ficção, recebendo o prêmio de Melhor Direção. Embora ele já tivesse assinado projeto como diretor, até então, tratava-se de trabalhos em parceria com outros cineastas. Assim, firmou seu nome em um dos episódios do longa-metragem.“5X Favela: Agora por Nós Mesmos” (2010), apresentado no Festival de Cannes, para citar um exemplo. Agora, o também roteirista e diretor de teatro estreia na direção de longas ficcionais com “Kasa Branca”.

A trama do filme conta a história de um jovem da periferia de Chatuba, que passa a morar com a avó, diagnosticada com Alzheimer e com pouco tempo de vida. Junto de seus amigos, ele busca aproveitar cada momento ao lado da matriarca. No material enviado pela Sessão Vitrine Petrobras, projeto que chancela “Kasa Branca”, Vidigal diz ser um filme que tem um protagonismo negro no lugar do objeto. “Que são os atores, no lugar do sujeito, eu na direção. Então, você tem a figura preta ali como protagonista e também na criação. E a gente que faz cinema independente, cinema preto, busca essa relação horizontal com o audiovisual brasileiro. Sempre no objetivo de somar, de trazer essa diversidade potente e cultural que tem o nosso país”.

“A Garota da Vez” – Estreia da atriz Anna Kendrick na direção

O longa conta a história real e chocante. Em cena, um serial killer que, vestindo a pele de um fotógrafo, leva algumas de suas vítimas para locais desertos, com a desculpa de clicá-las. Lá, as estupra e mata. Conhecida por sua atuação na saga “Crepúsculo” e em filmes como “Amor Sem Escalas”, em que atuou junto a George Clooney, Anna Kendrick estreia na direção e também protagoniza o filme. Ela interpreta Sheryl Bradshaw, uma aspirante a atriz que se muda para a meca do cinema em busca de um lugar ao sol.

Com pouco sucesso nos testes, é aconselhada a participar de um programa aos moldes de um “namoro na TV às cegas” para ganhar visibilidade. Nele, ela lança perguntas a três candidatos e, com base nas respostas, escolhe aquele com o qual irá desfrutar uma viagem oferecida pelo patrocinador. Só que um dos candidatos é ninguém menos que o serial killer. Consta que Kendrick decidiu se arriscar na direção depois de já ter aceitado o papel. “Por mais que eu adorasse a personagem, o que me atraiu no projeto foi o filme como um todo. O roteirista Ian McDonald fez um trabalho incrível, criando uma atmosfera de temor enquanto amarrava todas as histórias”, explicou ao Entertainment Tonight. 

Confira o trailer

Pasárgada – Estreia de Dira Paes na direção

Irene é uma ornitóloga, solitária em seus 50 anos, Durante seu projeto de pesquisa no meio da floresta, redescobre sua tropicalidade após conhecer Manuel (Humberto Carrão), um jovem guia que fala a língua dos pássaros. O evento traz à tona os dilemas de Irene como mulher, mãe e profissional. Dira Paes é uma das atrizes mais premiadas do cinema brasileiro. Iniciou sua carreira na superprodução “Floresta das Esmeraldas” (Cannes 1985) e esteve em importantes produções como “Divino Amor” (Sundance 2019) e “A Festa da Menina Morta” (Cannes 2008). Exibido no CineBH, em 2024, “Pasárgada” marca sua estreia na direção.

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“A Garota Radiante” – Estreia de Sandrine Kiberlain na direção

A francesa  Sandrine Kiberlain se tornou conhecida para além de seu país em filmes como “O Pequeno Nicolau” (2009), “As Mulheres do 6º Andar” (2011), ou “Um Doce Refúgio” (2015). Em “A Garota Radiante” (“Une Jeune Fille Qui Va Bien”, 88 minutos), ela assume não só a direção, como a autoria do roteiro. O filme flagra um episódio sombrio da história da França: a Ocupação Alemã, ocorrida a partir de 1940. No caso, a narrativa do filme se localiza no ano de 1942.

A personagem central é Irène (Rebecca Marder), uma garota judia que sonha em fazer carreira nas artes cênicas enquanto atua como recepcionista no que parece ser um teatro. A alegria e a pureza que a garota de 19 anos traz nos olhos se reflete por meio também do humor, por meio do qual ela trata inclusive de pregar alguns sustos na família. No entanto, os judeus passam a enfrentar uma série de restrições de circulação pela capital francesa. Inclusive, precisam se identificar com um carimbo nos passaportes e até portar um escudo amarelo com a estrela de Davi na roupa. Uma estreia sensível e delicada na direção.

“Sexa” – Estreia de Glória Pires na direção

A atriz Glória Pires fará estreia dupla na direção. Ela debuta como produtora e diretora de um documentário sobre os 37 anos do Balé Folclórico da Bahia (BFB). A atriz esteve recentemente em Salvador para coletar depoimentos de nomes como Carlinhos Brown, Margareth Menezes e Daniela Mercury. Outro trabalho que terá Glória Pires na direção é o longa ficcional “Sexa”, que ela também protagoniza. Em cena, a atriz vive Bárbara, uma revisora de 60 anos cuja rotina é sacudida ao conhecer Davi (Thiago Martins). Ocorre que ele, que é viúvo, é 25 anos mais jovem, o que a faz temer julgamentos preconceituosos. Ambas as produções estão em processo.

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