Goldman Sachs corta Bradesco para venda e eleva Santander para neutro; BBDC4 cai 5%

Bradesco no Morumbi Shopping

Apesar da ação do Bradesco (BBDC4) continuar sendo negociada próxima às mínimas históricas e com um grande desconto em relação aos pares no Brasil, o Goldman Sachs cortou a recomendação da ação PN de neutro para venda e preço-alvo de R$ 11,40. Para o banco americano, a recuperação da lucratividade do Bradesco provavelmente levará muito mais tempo do que esperado inicialmente.

Com isso, às 11h45 (horário de Brasília) desta quarta-feira (12), as ações BBDC4 caíam 5,21%, a R$ 11,64, enquanto SANB11 tinha leves ganhos, de 0,84%, a R$ 26,47.

Segundo o Goldman, desafios estruturais devem manter o retorno sobre patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) abaixo do custo de capital próprio (COE, na sigla em inglês) por pelo menos mais dois anos.

“O ambiente macroeconômico desafiador no Brasil, com inflação e juros em alta e crescimento do PIB mais lento, pode dificultar ainda mais a recuperação, especialmente para um banco que precisa expandir sua carteira de crédito para recuperar a lucratividade, mas opera com um índice de capital abaixo da média, enquanto realiza investimentos significativos para ganhar participação no segmento de clientes de alta renda”, explicam analistas.

A equipe de análise do banco acredita que o crescimento médio da carteira de crédito em 2025 deve permanecer próximo a dois dígitos, impulsionando a margem financeira com clientes. No entanto, o crescimento mais lento pode representar um risco para essa margem em 2026.

Em termos de valuation, o Bradesco está sendo negociado a um Preço/Lucro de 6,3 vezes e Preço/Valor Patrimonial de 0,8 vez para 2025. Embora isso esteja abaixo da média dos pares brasileiros (6,7 vezes e 1,3 vez, respectivamente), o Goldman considera que o desconto é justificado pelo ROE projetado de 12,4% para 2025 e 13,4% para 2026.

Santander Brasil (SANB11)

Por outro lado, o Goldman Sachs elevou a recomendação do Santander Brasil (SANB11) de venda para neutro, com preço-alvo de R$ 28, pois o banco conseguiu manter o ROE acima de seu custo de capital próprio por pelo menos os últimos três trimestres, e o banco acredita que essa tendência pode continuar.

Segundo relatório, o Santander Brasil tem uma exposição maior ao financiamento de veículos (17% do total, contra 5% da média do setor), justificando uma abordagem mais cautelosa na concessão de crédito e um foco maior em clientes de alta renda. Sua exposição geográfica é mais semelhante à do Itaú do que à do Bradesco, com maior presença nas regiões Sudeste e Sul, que possuem menores índices de inadimplência.

O Santander Brasil negocia a 6,1 vezes P/L e 1,0 vez P/BV, com ROE esperado de 17,1% e 17,2%

Itaú (ITUB4)

O banco reiterou recomendação de compra para o Itau, com preço-alvo de R$ 39, baseados em um modelo de fluxo de dividendos em três estágios, assumindo um custo de capital próprio de 14,5%, crescimento no segundo estágio de 7% e taxa de crescimento terminal de 5%.

De acordo com estimativas, a ação está sendo negociada a 7,4 vezes o P/L estimado para 2025, enquanto o preço-alvo implica que ela deveria ser negociada a 8,4 vezes.

Já os principais riscos de queda incluem: (1) ROEs persistentemente baixos na Colômbia e no Chile; (2) crescimento de receita mais fraco do que o esperado; (3) maior concorrência por clientes de alta renda, onde o Itau é o líder de mercado.

Projeções para 2025 indicam postura mais conservadora

O Goldman Sachs espera que o Itaú registre o maior crescimento da carteira de crédito em 2025, com 8%, enquanto Bradesco e Santander Brasil devem crescer em torno de 6%. “O aumento da taxa Selic também pode comprometer a qualidade dos ativos, especialmente no segundo semestre, representando um risco para os níveis de provisão”, pontua.

De forma positiva, o banco prevê que a margem financeira com clientes deve superar o crescimento dos empréstimos, devido a um crescimento médio mais alto.

Já as tarifas, seguros e despesas devem crescer entre um dígito médio e alto.

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