Mais de 11 mil imigrantes foram presos nos EUA desde a posse de Trump

O presidente dos EUA, Donald Trump, em Washington. Foto: Elizabeth Frantz/Reuters

Desde o início do governo de Donald Trump, em 20 de janeiro, pelo menos 11 mil imigrantes ilegais foram presos em operações coordenadas pelo Serviço de Imigração e Controle de Alfândega dos EUA (ICE, na sigla em inglês). O número, divulgado pela porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, durante o quadro “Minuto Maga” nas redes sociais, refere-se ao período entre 23 de janeiro e 9 de fevereiro. No entanto, não há informações sobre quantos dos detidos são brasileiros.

As prisões ocorreram em cidades consideradas “santuários” para imigrantes, como Chicago, Nova York, Newark (Nova Jérsei) e Los Angeles. Essas operações fazem parte das políticas anti-imigração implementadas por Trump, que prometeu durante sua campanha eleitoral deportar imigrantes ilegais e reforçar a segurança nas fronteiras.

O ICE, em coordenação com outras agências federais como o FBI e a DEA, tem como foco a detenção de imigrantes ilegais considerados “criminosos conhecidos” e que representam uma “ameaça à segurança nacional ou pública”.

Apesar do número expressivo de detenções, o governo Trump não está satisfeito com os resultados. Na primeira semana de governo, foi estabelecida uma meta diária de 1.200 a 1.500 prisões.

Imigrantes em centro de detenções nos EUA. Foto: reprodução

O número de detenções só se aproximou da meta uma vez, em 26 de janeiro, quando 1.179 imigrantes foram presos. A média diária de prisões nos 18 primeiros dias de operações ficou abaixo do esperado, o que levou a mudanças na liderança do ICE.

Na terça-feira (11), dois altos funcionários do ICE, Russell Hott e Peter Berg, foram transferidos de suas funções devido à pressão do governo por um aumento drástico nas prisões. O Departamento de Segurança Interna dos EUA (DHS) justificou as realocações como parte de uma “cultura de responsabilidade” necessária para garantir resultados.

“Temos um presidente, um secretário do DHS e o povo americano que, com razão, exigem resultados, e nossa liderança no ICE garantirá que a agência entregue os resultados”, afirmou a porta-voz do DHS, Tricia McLaughlin.

Tom Homan, conhecido como o “czar da fronteira” de Trump, afirmou no final de janeiro que as operações de prisão e deportação em massa estavam apenas no começo. Em entrevista à Fox News, Homan destacou a necessidade de aumentar o número de deportações. “É um grande começo, mas não terminamos. Precisamos de mais deportações, muitas mais. E estamos trabalhando nisso”, disse.

Fontes da agência Reuters relataram que as prisões diminuíram em fevereiro, à medida que os centros de detenção ficaram lotados e as equipes adicionais de fiscalização retornaram para casa. O diretor interino do ICE, Caleb Vitello, continua sob pressão para aumentar as detenções e deportações, enquanto tenta liberar menos pessoas da custódia.

Estima-se que cerca de 11 milhões de imigrantes estejam nos EUA em situação ilegal ou com status temporário, segundo dados do governo estadunidense de 2022.

Especialistas acreditam que o número atual possa chegar a 14 milhões. Apesar das operações do ICE, muitos imigrantes continuam vivendo em situação de vulnerabilidade, especialmente nas chamadas “cidades-santuário”, que oferecem proteção limitada contra deportações.

O governo Trump tem divulgado a identidade de alguns dos imigrantes presos, classificados como “piores primeiros”, e detalhado os crimes pelos quais foram condenados.

Um exemplo é o brasileiro Vitor de Sousa Lima, preso em Boston em janeiro por homicídio culposo. No entanto, as informações sobre as prisões são limitadas, e não está claro quantos dos detidos estão realmente em situação ilegal.

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