B3 quer ser ‘benchmark’ em renda fixa e lança índice de debêntures

Desde o final do ano passado, a B3 (B3SA3) passou a aceitar debêntures como garantia nas operações em que atua como contraparte. A decisão, segundo a companhia, acompanhou o crescente uso desse instrumento de captação de recursos pelas empresas e o aumento da liquidez nas negociações desses ativos no mercado secundário, chegando a um volume médio diário de quase R$ 3 bilhões. Agora, a administradora da Bolsa lança seu primeiro índice de debêntures, com o intuito de reforçar seus benchmarks (índices de referência) no segmento de renda fixa.

O Índice de Debêntures Ultra Qualidade DI B3 estreia nesta quinta-feira (13) e é composto por 22 ativos, de oito emissores – Compass, Cosan (CSAN3), Sabesp (SBSP3), Rede D’Or (RDOR3), Localiza (RENT3), Algar, Marfrig (MRFG3) e Equatorial Energia (EQTL3).

O que são debêntures

Debêntures são títulos de dívida emitidos por empresas. Esse ativo gera um direito de crédito ao investidor e podem ser emitidas por sociedades anônimas de capital aberto ou fechado. O título é utilizado para financiar projetos ou reestruturar dívidas das empresas emissoras.

Os critérios da B3 para o índice de debêntures

Todos os títulos listados no índice são aceitos como colateral pela B3, principal critério para fazer parte do índice. Além dele, a seleção foi feita com base no tamanho da emissão (acima de R$ 300 milhões) , valor médio diário do título nos últimos 12 meses (acima de R$ 500 milhões) e respeitando limites de duração.

Debêntures que fazem parte do índice não podem ter vencimento acima de 10 anos. Tampouco podem ser conversíveis ou permutáveis. Tanto o ativo quanto os emissores (que pode ter mais de uma debênture listada) têm peso limitado a 15% no índice.

“Diferente de uma ação que, tende a ser perpétua, os instrumentos de renda fixa têm vencimentos. Logo, precisam ser rebalanceados com frequência, para não vencerem enquanto estiverem fazendo parte da carteira”, explicou Ricardo Cavalheiro, superintendente de índices da B3.

Por esse motivo, o índice vai ser rebalanceado mês a mês, mas ajustes na carteira podem ser feitos diariamente, de acordo eventos específicos relacionados ao pagamento das debêntures (juros, amortizações, prêmios) ou resgates.

Confira abaixo a composição do índice de debêntures da B3 em sua estreia:

Fonte: B3 (Reprodução)

Leia mais:

B3 quer replicar índice em produtos

Cavalheiro explica que a B3 negocia o licenciamento do índice para que ele possa ser replicado por instrumentos financeiros, como um ETF, ainda no curto prazo.

A B3 lançou um número recorde de sete novos índices em um ano, em 2024, e pretende superá-lo agora em 2025.

“Conseguimos observar a adesão quase que imediata de todos esses índices lançados por produtos. […] Pela demanda crescente do universo de renda fixa, vamos focar bastante para atender as demandas dessa classe de ativos e trabalhar próximo dos provedores para ter produtos atrelados a esses índices já desde o primeiro momento”, disse Cavalheiro.

Ricardo Cavalheiro, superintendente de índices da B3 (Foto: Dilvugação/ @caudiniz)

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