Entenda a causa da onda de calor extremo no Brasil

Termômetro marca 43° C no Rio de Janeiro. Foto: Marcelo Carnaval

O Sul do Brasil enfrenta a primeira grande onda de calor de 2025, com temperaturas recordes que levaram o Instituto Nacional de Meteorologia (InMet) a emitir alerta vermelho de grande perigo para Rio Grande do Sul, Santa Catarina e partes do Paraná. Segundo a Climatempo, a onda de calor deve se expandir para as regiões Sudeste e Nordeste nos próximos dias, com previsão de temperaturas acima dos 40°C em estados como Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco e Piauí.

Em São Paulo e Belo Horizonte, os termômetros podem atingir 35°C. Algumas projeções indicam que as sensações térmicas podem atingir até 70°C em determinados locais no Sul e Sudeste.

A onda de calor, que já registrou 43,8°C em Quaraí (RS) no dia 4 de fevereiro, pode superar esse recorde nos próximos dias. A Climatempo alerta que as altas temperaturas devem persistir até 12 de fevereiro no Sul, enquanto no Sudeste e Nordeste as condições climáticas ainda não caracterizam uma onda de calor, mas podem mudar rapidamente.

De acordo com a Organização Meteorológica Mundial, uma onda de calor ocorre quando as temperaturas máximas diárias ultrapassam em 5°C ou mais a média mensal por pelo menos cinco dias consecutivos.

A pesquisadora Marina Hirota, professora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), explicou ao G1 que a onda de calor é resultado de uma massa de ar quente instalada sobre o Sul do Brasil, norte da Argentina e partes do Paraguai.

Esse fenômeno é intensificado por um ciclone extratropical, que, embora distante, influencia o clima na região. Além disso, os chamados “rios voadores”, grandes fluxos de umidade que vêm da Amazônia, contribuem para a alta umidade e a sensação térmica elevada.

Relógio de rua marcando 42º
Relógio de rua marcando 42º – Agência Brasil

“No Rio Grande do Sul, a topografia local também influencia. O vento que sobe a serra e desce novamente causa seca e aquecimento, elevando ainda mais as temperaturas”, explicou. A combinação de calor intenso, umidade elevada e ventos fracos dificulta a transpiração do corpo humano, aumentando a sensação térmica e os riscos à saúde.

Projeções divulgadas na internet sugerem que a sensação térmica pode chegar a 70°C em algumas áreas, com base em tabelas que cruzam temperatura e umidade.

Já órgãos como o InMet e o MetSul estimam que a sensação térmica máxima fique em torno de 50°C. Hirota ressalta que a sensação térmica é altamente variável e depende de fatores como umidade, vento, sombra e até características individuais, como idade e hidratação.

Para enfrentar o calor extremo, especialistas recomendam hidratação constante, uso de roupas leves, ventilação de ambientes fechados e busca por sombras. “Em dias muito quentes, o corpo tenta regular a temperatura através do suor, mas a umidade elevada dificulta esse processo”, afirmou a pesquisadora. Idosos e pessoas desidratadas são especialmente vulneráveis e devem redobrar os cuidados.

A onda de calor atual é mais um exemplo de eventos extremos que têm se tornado mais frequentes devido às mudanças climáticas. “Relatórios do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas mostram que secas, chuvas intensas, frio extremo e ondas de calor já estão mais comuns. Isso não é uma previsão para o futuro; está acontecendo agora”, alertou Hirota.

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