Pastor que matou menina de 13 anos tinha confiança da família; entenda o caso

Stefany Vitória Teixeira Ferreira, de 13 anos, foi morta pelo pastor João das Graças Pachola. Foto: reprodução

A família de Stefany Vitória Teixeira Ferreira, de 13 anos, morta pelo pastor João das Graças Pachola, de 54 anos, era próxima ao religioso, que mantinha a Igreja Pentecostal Fruto do Espírito Santo na garagem de sua casa, em Ribeirão das Neves, Região Metropolitana de Belo Horizonte. A jovem, que estava desaparecida desde o domingo (9), foi encontrada morta na tarde de terça-feira (11) em uma área de mata na divisa entre Esmeraldas e Ribeirão das Neves.

O suspeito, que era vizinho da família e pastor na comunidade, foi preso após um casal denunciar seu comportamento suspeito. A polícia também investiga se a vítima foi estuprada.

A mãe da vítima, Márcia Teixeira da Silva, de 47 anos, contou que a filha havia sonhado dias antes que iria morrer. “Ela falou ‘mãe, sonhei que eu estava morrendo’. Mas eu não imaginei que fosse dessa forma”, disse Márcia, emocionada à Rádio Itatiaia.

Stefany desapareceu no domingo (9) após sair de casa para ir à igreja. Segundo a polícia, o pastor ofereceu carona à adolescente, que aceitou por ser um homem conhecido e de confiança. No entanto, ele a levou para uma lagoa na região do Tijuco, onde tentou agredi-la, segundo seu depoimento.

A menina conseguiu sair do carro, mas foi capturada à força. Um casal que presenciou a cena desconfiou da versão do pastor, que alegou que a menina era sua filha e estava com problemas mentais. Eles anotaram a placa do veículo e repassaram a informação à polícia, o que foi crucial para a prisão de Pachola.

Após ser detido, o pastor confessou o crime e indicou o local onde havia escondido o corpo da adolescente. A Polícia Civil de Minas Gerais divulgou imagens que mostram o suspeito apontando o local do crime.

A irmã de Stefany, Kamila Oliveira, acusa a Polícia Militar de Minas Gerais de descaso durante as buscas. Ela relatou que, ao denunciar o desaparecimento no domingo (9), os militares minimizaram a situação.

“A PM perguntou o que tinha acontecido e falou assim: ‘Pois é, essa idade é complicado. Provavelmente deve estar em algum baile’. Eu falei: ‘Mas minha irmã não faz isso. Ela é muito caladinha’. Aí ele disse: ‘A gente não vai registrar boletim de ocorrência. Agora é esperar, porque provavelmente ela deve estar na casa de algum namoradinho’”, desabafou Kamila ao Estado de Minas.

A família também relatou uma pista ignorada pela PM: um caminhoneiro informou ter visto uma menina sendo colocada em um HB20 branco por um homem mais velho no Bairro Tijuca. As características coincidiam com as de Stefany, mas a denúncia não foi investigada.

“Poderia ter sido evitado. No exato momento que o carro saiu, poderiam ter agido”, lamentou Kamila. Ela critica o fato de a PM não ter registrado o boletim de ocorrência no dia do desaparecimento.

O crime chocou a comunidade, que reagiu com violência. Na noite de terça-feira, moradores incendiaram a casa e o carro do pastor. O veículo, um Chevrolet Crossfox, foi completamente destruído, e parte da fachada da residência também foi atingida. A Polícia Militar de Minas Gerais e o Corpo de Bombeiros foram acionados para controlar as chamas, que foram extintas por volta das 21h30.

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