Brasileiros que “venderam o olho” deixam de receber o pagamento pelo procedimento

Nos últimos meses milhares de brasileiros se submeteram a um procedimento popularmente conhecido como “venda do olho”. Ofertando aproximadamente R$600 em troca da coleta de imagens da íris do participante, a empresa World rapidamente se tornou conhecida e viu os postos de captação ficarem completamente lotados. No entanto, participantes do projeto agora afirmam encontrar dificuldades para realizar o resgate dos valores por meio do World App.

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Os postos de “coleta de íris” localizados na cidade de São Paulo rapidamente chamaram atenção da população ao ofertarem criptomoedas que podem ser trocadas por valores em real. Para conquistar as 48 “Worldcoins”, os interessados precisavam se cadastrar no aplicativo, agendar uma data para escanear os olhos e comparecer no local em dia e horário marcado.

As primeiras 20 criptomoedas eram entregues nas 24 horas seguintes ao procedimento, sendo que as demais 28 são distribuídas mensalmente durante o período de 1 ano. No entanto, relatos recentes revelaram que o resgate não está sendo mais tão simples.

Perda de acesso

Em fala ao G1, algumas pessoas que participaram do projeto, que busca “criar um banco de dados de íris para comprovar que os usuários são pessoas reais e não robôs, relataram dificuldades em conseguir suporte adequado por meio do aplicativo. Na maioria dos casos, após problemas de acesso os usuários tentaram desinstalar e reinstalar o World App, mas acabaram perdendo o acesso à conta e aos valores existentes nela.

Segundo a empresa, a ação de desinstalar e reinstalar o aplicativo pode levar a perda permanente da conta caso o usuário não possua os devidos recursos de recuperação instalados.

Para especialistas em direto do consumidor, a falta de suporte adequado, esclarecimentos sobre prazos e perda de acesso ao aplicativo indicam que a World viola os direitos básicos do consumidor. Vale lembrar que, na última terça-feira, a empresa interrompeu novos registros no Brasil. A interrupção ocorre após a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) negar um recurso de efeito suspensivo e proibir a empresa de remunerar pessoas pelo processo de escanear a íris.

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