Ilú Axé Muvuka: a força dos tambores que inaugura o pré-carnaval de Juiz de Fora

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Muvuka inaugura a novidade do carnaval de Juiz de Fora neste ano, o circuito Roza-Estação (Foto: Divulgação)

Dando início ao pré-carnaval de Juiz de Fora, o Bloco Afro Ilú Axé Muvuka faz tremer o concreto com os tambores no trajeto que será inaugurado pelos foliões juiz-foranos neste sábado (15): o Roza-Estação, que se inicia no Viaduto Roza Cabinda e segue em cortejo até a Praça da Estação. A concentração começa às 11h, tendo como atração o DJ Muller. Em seguida, às 14h, ocorre show com Maracaju, enquanto às 16h30 se inicia o cortejo. 

As preparações para o quarto desfile do Muvuka começaram em agosto e, para esta edição, promete ao menos duas novidades. A primeira delas é o desfile em conjunto com o bloco do Rio de Janeiro, Òrúnmilá, o que traz a expectativa de um cortejo com 186 pessoas, de acordo com mestre do bloco e presidente da Associação Cultural Bloco Afro Ilú Axé Muvuka, Rick Guilhem.

“Por acaso”, como afirma Rick, sair do Viaduto Roza Cabinda tem um simbolismo especial, já que o tema escolhido no festival nacional de composição do bloco, O Canto Dessa Muvuka é Meu, é, justamente, a mulher que da nome ao lugar. “Estaremos celebrando sua memória, as afro-mineiridades e os saberes afros. Traremos uma estética que a honre. Ela precisa ser conhecida.Roza Cabinda foi uma mulher negra de origem africana que viveu em Juiz de Fora e se tornou uma líder na luta contra a escravidão e a opressão racial. 

A “muvuca” segue sendo o objetivo no desfile deste ano. Como diz Rick, apesar da conotação negativa que a palavra pode carregar para algumas pessoas, fazer “muvuca”, essencialmente, nada mais é que misturar. Estar na rua, diante de milhares de foliões, é uma oportunidade de desconstruir o que há de negativo na semântica desta palavra. É uma forma de “trazer as pessoas para agregarem, se sentirem em um ponto de aquilombamento, integrar”, afirma Rick. 

A mistura está para além dos encontros e trocas durante a folia. Pensar carnaval é também pensar economia criativa, como afirma o presidente da associação. Em seu entendimento, a organização para os blocos em Juiz de Fora poderia ser discutida antes, com meses de antecedência. “Penso que o carnaval é uma engrenagem criativa. Em várias cidades há toda uma cadeia econômica, renda para diversas pessoas, relacionada aos blocos. Não é só uma festa, mas parte de uma economia criativa. Ainda estamos com algumas pendências para o desfile, infelizmente. Deveríamos começar a discutir o carnaval em junho ou julho com o poder público.” 

Desde a regência das dezenas de integrantes até os trâmites com órgãos públicos, são diversas as dificuldades para fazer com que o bloco desfile. Entretanto, com cortejo na rua, o tambor que traz a força divina (Ilú Axé Muvuka, como diz a expressão em Yorùbá) carrega os saberes através dos ritmos, dos ritos e das sonoridades afro-brasileiras e afro-mineiras, inspirando a festa dos juiz-foranos. 

Conheça a história do bloco

Formado em meados de 2019, o Muvuka tem como principal influência os blocos Olodum e Ilê Aiyê, ambos de Salvador. O grupo trabalha com ritmos afro-mineiros e baianos, utilizando toques de tambores relacionados ao samba-reggae (Olodum) e ao samba-afro (Ilê Aiyê). Além do bloco na rua, o Muvuka procura estabelecer comunicação com a comunidade por meio das culturas afro, ofertando oficinas de percussão, danças e artes visuais.

Confira a programação completa de blocos desta semana

14 de fevereiro
17h Esquenta De Carnaval Roda Dos Amigos, na Praça Antônio Carlos

15 de fevereiro
10h Bloquinho Catavento, no Santa Helena (Praça Menelick de Carvalho)
12h Maracabloco, no Circuito Roza-Estação
13h Concentra, Mas Não Sai, no Jardim Glória (Praça Ministrinho)
15h Bloco Ao1golo, no São Mateus (Rua Belo Horizonte, 240)
16h Muvuka, no Circuito Roza-Estação
16h Bloco da Majestosa – Carnavell, na Praça Antônio Carlos
16h Bloco Bom Gosto, no Jardim de Alá (Rua Alfredo Ferreira Pinto, 403)
16h Bloco da Resenha, no Esplanada (Rua Professor Walquirio Seixas de Farias, 560)
20h Rosário Folia, no Rosário de Minas (Praça da Matriz)

16 de fevereiro
10h Bloco Me Beija, no Jardim Esperança (Rua Padre Acácio Duarte)
12h Bloco das Charmosas, no Circuito Parque-Estação
12h Bloco dos Bancários, no Circuito Parque-Estação
14h Bloco das Cores, no Circuito Roza-Estação
14h Bloco da Resenha, no Esplanada (Rua Professor Walquirio Seixas de Farias, 560)
14h Carnaval do Moinho, no Francisco Bernardino (Av. Presidente Juscelino Kubitschek, 900)
15h Rosário Folia, no Rosário de Minas (Praça da Matriz)
15h Furtado Folia, no Furtado de Menezes (Rua Alberto Surek, 22)
16h Balança Mas Não Cai, no Jardim Esperança (Rua Padre Acácio Duarte)
16h Bloco da Helô, no Santa Helena (Praça Menelick de Carvalho)

20 de fevereiro
15h Bloco da Rádio Alô, no Paineiras (Praça do Cruzeiro)
17h Filhas da Luta, no Circuito Parque-Estação

*Estagiário sob supervisão da editora Cecília Itaborahy.

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