Liderado pelo Brasil, Brics rebate ameaças de Trump sobre “tarifaço”

Donald Trump, presidente dos EUA: o republicano disse a jornalistas que “o Brics morreu”. Foto: Reprodução

O Brics, liderado pelo Brasil, reagiu às recentes ameaças do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que defendeu a imposição de tarifas de 100% sobre produtos de países do bloco que buscam reduzir a dependência do dólar. Com informações da colunista Letícia Casado, do UOL.

Na última quinta-feira (13), após a primeira reunião do ano, o Brics divulgou um comunicado oficial que, embora não mencione os Estados Unidos, contém uma resposta indireta às declarações de Trump e enfatiza a defesa do bloco.

O documento, publicado no início da tarde, destaca o “contexto de tensões geopolíticas que se aprofundam e que desafiam a frágil ordem multilateral internacional vigente”. Além disso, menciona que o Brasil terá, em 2025, “duas grandes responsabilidades” ao assumir a presidência do Brics e da COP30, a conferência do clima da ONU.

“O recurso insensato ao unilateralismo e a ascensão do extremismo em várias partes do mundo ameaçam a estabilidade global e aprofundam as desigualdades que penalizam as populações mais vulneráveis em diferentes partes do planeta. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem destacado o potencial do Brics como espaço para a construção das soluções de que o mundo tanto precisa. Mais do que nunca, a capacidade coletiva de negociar e superar conflitos por meio da diplomacia se mostra crucial”, afirma o comunicado.

A reunião foi realizada virtualmente e abordou temas como o impacto da inteligência artificial e da crise climática no mercado de trabalho. Poucas horas depois do evento, Trump declarou a jornalistas que “o Brics morreu”.

“Eles [países do Brics] voltarão e dirão: ‘Nós imploramos para que você não faça isso’. O Brics está morto desde que mencionei [que taxaria em 100%]”, afirmou o presidente americano.

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Brics: grupo reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, Egito, Etiópia, Irã e Arábia Saudita. Foto: Reprodução

As ameaças do republicano ao Brics não são recentes. Desde o final de 2024, ele tem intensificado ataques ao grupo, especialmente ao projeto de criação de uma moeda alternativa ao dólar. Além disso, Trump tem adotado uma postura hostil contra instituições multilaterais, tendo retirado os EUA de acordos da ONU e da OMS ao assumir o cargo.

O Brics reúne algumas das maiores economias emergentes do mundo, incluindo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Nos últimos anos, o bloco se expandiu para incluir Egito, Irã, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Arábia Saudita. O grupo tem como princípio a defesa do multilateralismo e busca alternativas para impulsionar o desenvolvimento de países emergentes.

Essas propostas, no entanto, vão contra a visão de Trump, que se opõe à globalização e a qualquer iniciativa que possa reduzir o poder econômico dos Estados Unidos, como a adoção de uma moeda internacional que substitua o dólar em transações comerciais.

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