Exercícios militares da China perto de Taiwan podem “esconder” ataque, dizem EUA

Declarações recentes do almirante Samuel Paparo, comandante das forças navais dos EUA na região do Indo-Pacífico, levantaram preocupações sobre as crescentes atividades militares da China em torno de Taiwan.

Durante o Fórum de Defesa de Honolulu, Paparo afirmou que os exercícios militares da China se tornaram tão extensos que poderiam ser usados como uma “folha de figueira” para encobrir um possível ataque à ilha.

Paparo descreveu a cooperação crescente entre China, Rússia e Coreia do Norte como um “eixo emergente de autocracia”, referindo-se a essa aliança como um “triângulo de problemáticos”.

Ele enfatizou que as manobras agressivas da China em torno de Taiwan não são meros exercícios, mas sim ensaios para uma possível unificação forçada da ilha com o continente.

O aumento das atividades militares da China foi acompanhado por um crescimento da atividade russa no Indo-Pacífico, com o lançamento de sete submarinos novos, incluindo três submarinos nucleares armados com armas nucleares.

Paparo expressou a necessidade urgente de os EUA aumentarem sua capacidade militar na região, citando a preocupação de que os arsenais americanos estão se esgotando e que as margens de erro estão diminuindo.

“Nossos oponentes veem essas lacunas e estão se movendo agressivamente para explorá-las”, alertou.

Além disso, Paparo destacou a importância da tecnologia, especialmente a inteligência artificial, para melhorar os sinais de alerta precoce sobre possíveis ataques. Ele pediu um aumento na produção de sistemas autônomos para serem implantados em áreas contestadas, como o Estreito de Taiwan, para criar um “inferno” que possa dissuadir uma invasão chinesa.

No entanto, ele também enfatizou que a reforma do sistema de aquisição de defesa dos EUA é crucial para garantir que a tecnologia seja implementada de forma eficaz.

Paparo também fez um apelo por uma reforma urgente na burocracia de defesa dos EUA, afirmando que a aquisição de equipamentos deve ocorrer “na velocidade do combate, não na velocidade dos comitês”.

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