Eu, Robô? Meta planeja grande investimento em robôs humanoides com IA

Após investir em realidade aumentada e inteligência artificial, a Meta identificou sua próxima grande aposta: robôs humanoides com inteligência artificial.

A empresa está fazendo um investimento significativo nessa categoria — robôs futuristas que podem agir como humanos e ajudar em tarefas físicas — e está formando uma nova equipe dentro de sua divisão de hardware Reality Labs para conduzir o trabalho, de acordo com fontes a par do assunto.

A Meta planeja desenvolver seu próprio hardware de robôs humanoides, com um foco inicial em tarefas domésticas. Sua maior ambição é criar a inteligência artificial, sensores e software para robôs que serão fabricados e vendidos por uma série de empresas, disseram as fontes, que pediram para não serem identificadas porque a iniciativa ainda não foi anunciada.

A Meta começou a discutir seu plano com empresas de robótica, incluindo a Unitree Robotics e a Figure AI. Pelo menos inicialmente, ela não planeja construir um robô com a marca Meta — algo que poderia rivalizar diretamente com o Optimus da Tesla — mas pode considerar fazer isso no futuro, acrescentaram as fontes.

O esforço na criação de robôs humanoides reflete projetos de outras grandes empresas de tecnologia, incluindo a Apple e a divisão Google Deepmind da Alphabet. Um porta-voz da Meta se recusou a comentar.

A Meta confirmou a criação da nova equipe para os funcionários nesta sexta-feira (14), informando que será liderada por Marc Whitten, que renunciou ao cargo de CEO da divisão de carros autônomos Cruise da General Motors no início deste mês. Ele foi anteriormente executivo da empresa de jogos Unity Software e da Amazon.com.

“As tecnologias fundamentais nas quais já investimos e construímos nas Reality Labs e em IA são complementares ao desenvolvimento dos avanços necessários para a robótica”, escreveu Andrew Bosworth, CTO da Meta, em um memorando revisado pela Bloomberg News. Ele mencionou os avanços da empresa em rastreamento de mãos, computação em baixa largura de banda e sensores sempre ligados.

Executivos da Meta acreditam que, enquanto as empresas de robótica humanoide avançaram em hardware, os avanços da Meta em inteligência artificial e os dados coletados de dispositivos de realidade aumentada e virtual poderiam acelerar o progresso na indústria nascente. Os humanoides atuais ainda não são úteis o suficiente para dobrar roupas, carregar um copo de água, colocar pratos em um suporte para limpeza ou realizar outras tarefas domésticas que poderiam atrair consumidores para a categoria.

“Acreditamos que expandir nosso portfólio para investir neste campo só trará valor para a Meta AI e nossos programas de realidade mista e aumentada”, escreveu Bosworth. Whitten, que se vai se reportar a Bosworth, terá a capacidade de contratar cerca de 100 engenheiros este ano, disse uma das fontes.

O objetivo da Meta é fornecer o que o sistema operacional Android do Google e os chips da Qualcomm fizeram pela indústria de telefones, construindo uma base para o restante do mercado.

Os softwares, sensores e pacotes de computação que a Meta já está desenvolvendo para seus dispositivos são as mesmas tecnologias necessárias para alimentar humanoides, segundo uma das pessoas envolvidas no projeto.

A Meta tem investido bilhões de dólares há anos em sua divisão de hardware Reality Labs, que vende produtos como o headset VR Quest e os cada vez mais populares óculos inteligentes Ray-Ban. A Meta planeja gastar US$ 65 bilhões este ano em produtos similares, incluindo infraestrutura de inteligência artificial e o novo trabalho com robôs.

O CEO da Tesla, Elon Musk, afirmou que o robô Optimus de sua empresa será vendido no futuro aos consumidores e pode custar cerca de US$ 30 mil. A Tesla começará uma produção limitada este ano. Outras empresas também avançaram. A Boston Dynamics, por exemplo, já trouxe produtos ao mercado para automação em armazéns. Algumas empresas estão focadas em vender para negócios e fabricantes, enquanto a intenção da Meta é vender para residências.

Os humanoides são uma evolução do trabalho que as empresas têm realizado em veículos autônomos. Eles utilizam tecnologias semelhantes e requerem grandes quantidades de dados e processamento de IA. Mas, enquanto os riscos de segurança são menores — circulando na casa de uma pessoa em vez de viajar a 50 milhas por hora em uma estrada aberta — os executivos da Meta acreditam que os humanoides são mais desafiadores porque cada casa tem um layout diferente, enquanto as ruas da cidade são bastante padronizadas.

A Meta construirá parte de seu próprio hardware, usará componentes prontos e trabalhará com fabricantes existentes assim que puder, disseram as fontes a par do projeto. Elas acrescentaram que construir protótipos e hardware é fundamental para testes antes de implantar uma plataforma, mesmo que a Meta não lance um produto com marca no final.

A empresa está apresentando seu trabalho como a plataforma de escolha para o desenvolvimento de robôs, disse uma das fontes, acrescentando que o objetivo era fazer do software Llama da Meta uma base para pesquisadores de robótica em todo o mundo.

A Meta também buscará desenvolver ferramentas para a segurança dos robôs, abordando possíveis perigos, como a mão de uma pessoa ficar presa em um atuador ou em outra parte de um robô humanoide. Também há questões relacionadas à segurança da energia, como como um robô desliga ou para de funcionar no meio de uma tarefa se ficar sem energia.

Embora o impulso oficial para robôs humanoides seja novo para a Meta, o grupo FAIR, ou Fundamental AI Research Group, da empresa, tem explorado e publicado artigos sobre trabalhos de robótica há meses. A Apple também começou a publicar artigos de IA relacionados a trabalhos de robótica recentemente.

Uma pessoa com conhecimento do projeto disse que a Meta acredita que os humanoides ainda estão a alguns anos de serem amplamente disponíveis — e pode levar anos até que a plataforma da empresa esteja pronta para sustentar produtos de terceiros. Mas isso se tornará um foco importante para a Meta e para a indústria de tecnologia mais ampla, disse a pessoa.

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