Dona do ChatGPT rejeita oferta de quase US$ 100 bi feita por Musk

O conselho de administração da OpenAI rejeitou formalmente uma oferta de US$ 97,4 bilhões liderada por Elon Musk para adquirir a organização sem fins lucrativos que controla a empresa de inteligência artificial. A decisão unânime reforça a posição da OpenAI de manter sua independência e compromisso com o desenvolvimento seguro da inteligência artificial.

Em comunicado oficial nesta sexta-feira (14), Bret Taylor, presidente do conselho da OpenAI, afirmou que a organização “não está à venda” e classificou a tentativa de Musk como uma estratégia para desestabilizar um concorrente.

A proposta não solicitada contava com apoio de diversos investidores, incluindo Valor Equity Partners, Baron Capital, Atreides Management, Vy Capital, 8VC de Joe Lonsdale e Ari Emanuel, através de seu fundo de investimento.

Elon Musk, cofundador da OpenAI, deixou a empresa anos atrás e posteriormente lançou uma startup concorrente de inteligência artificial. Sua tentativa de aquisição visava, segundo ele, restaurar a OpenAI como uma “força de código aberto e focada na segurança para o bem da humanidade”.

Contudo, a proposta foi rejeitada rapidamente pelo CEO da OpenAI, Sam Altman, que afirmou que a iniciativa era uma tentativa de “nos atrasar” e reforçou que a empresa “não está à venda”.

Nos últimos meses, Musk entrou com processos contra a OpenAI, alegando que a empresa se desviou de seus princípios fundadores. Ele também pediu que a Justiça bloqueasse os planos de reestruturação da empresa.

Em um parecer recente, uma juíza relutou em emitir uma decisão imediata, descrevendo o caso como “bilionários contra bilionários”.

A OpenAI argumenta que a tentativa de aquisição de Musk contradiz sua própria alegação legal de que os ativos da organização não podem ser transferidos para “ganho privado”. Os advogados do bilionário indicaram que ele retiraria a oferta caso a OpenAI desistisse de sua conversão para uma estrutura de empresa com fins lucrativos.

Atualmente, a OpenAI negocia com o SoftBank Group para levantar uma nova rodada de financiamento, que pode levar a empresa a ser avaliada em até US$ 300 bilhões. A empresa tem uma subsidiária com fins lucrativos administrada pela entidade sem fins lucrativos e seu conselho.

Como parte de sua reestruturação, a OpenAI planeja pagar um valor justo pelos ativos da organização sem fins lucrativos, compensando-a na forma de participação acionária.

Especialistas jurídicos afirmam que órgãos reguladores estarão atentos à proporção de participação da organização sem fins lucrativos. Segundo Robert Bartlett, professor da Faculdade de Direito de Stanford, “o conselho da OpenAI está em uma base sólida para recusar a oferta de Musk, mas isso não significa que possam ignorar as implicações para a avaliação dos ativos da empresa”.

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