Há dispersão do crédito privado em 2025, mas seletividade segue extrema, diz gestor

crédito privado

Ricardo Nunes, CIO de Crédito e Wealth da Paramis, disse que as perspectivas em 2025 estão mais saudáveis para a alocação em fundos de crédito privado. “Agora tem uma dispersão maior, o que é bom, porque vai se conseguir ver uma diferenciação de performance de gestoras”, avaliou.

“Mas a gente continua cauteloso. Seletividade ao extremo”, ponderou, durante participação no Smart Summit, evento do mercado financeiro realizado no Rio de Janeiro no final da semana passada.

Ele analisou que em 2025 vai ser mais desafiador por causa da taxa Selic elevada. “A gente está com mais atenção à análise do micro das empresas”, afirma, acrescentando que a Paramis mantém uma solução proprietária para avaliar os cenários de um emissor de títulos de crédito.

Cenário da Selic

“A gente olha o risco de inadimplência, que está mais alto. E ainda a Selic na média vai ser mais alta, então tem emissores que não estão com estrutura de capital muito adequado para encarar esse novo cenário de juros”, ressalta.

Nunes lembra que o agronegócio apresentou um nível muito elevado de recuperação judicial ano passado. Para ele, o setor cresceu de forma um tanto desordenada depois que os fundos de investimento no agronegócio (Fiagros) começaram a crescer.

“Mas não teve um contágio no mercado tal qual foi o efeito da (recuperação judicial) Americanas e Light em 2023. Eram emissores relevantes no mercado de capitais. Todos os fundos tinham Americanas e isso causa efeito de contágio”, explica.

Fundamentos

O gestor entende que, nos últimos tempos, os fundamentos do país pioraram muito.

“Isso afugente capital estrangeiro, tem impacto na inflação e força que o Banco Central tenha que agir para controlar os juros. Isso tem um impacto negativo no ponto de vista de despesa financeira das empresas, aquelas que são mais cíclicas, que sofrem duplamente porque dependem de crédito para crescimento de receita, como setor de varejo, real estate, entre outros.”

O especialista diz que se viu em 2024 fechamento (recuo) de spread, que são os juros adicionais que um ativo de crédito oferece em relação aos papéis públicos. Por outro lado, ocorreu um recorde de emissões de crédito privado no valor de R$ 700 bilhões de emissão.

“Isso deveria pressionar o spread para cima, por conta do grande número de ofertas, mas não foi o que aconteceu”, ressalta.

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